Histórias de encantar… ou não

Refletir, escrever, fantasiar, seduzir, comunicar, informar. Viver

Feliz 2023!

Será que os astros têm estado loucos?

Não percebo muito do assunto, mas “ouvi dizer” que a energia de 2022 era densa e que a íamos sentir na pele… E não é que a sentimos mesmo?! Pelo menos, eu senti! E, melhor, vivi.

O ano começou em GRANDE! Enfrentei uma verdadeira montanha-russa… de vida! Atrevo-me até a dizer que INTENSIDADE foi a palavra de ordem. Uma avalanche de sentimentos, de sensações, de dúvidas e de inquietações… que acabou em saudade.

Ficou a necessidade de respostas. Dúvidas e mais dúvidas. Porquê, porquê, porquê? E quantas mais respostas encontro, mais dúvidas tenho…

A par deste mar revolto que enfrentei, que tanto me realizou, mas que me defraudou, acabando por me levar ao autoconhecimento, 2022 começou também com exigências.

Exigências e mais exigências que se prolongaram, cada vez com mais intensidade, até ao final do ano. Dei, dei, dei… Mas, percebi que aquele já não era o meu lugar.

Para terminar, e para não ser muito diferente do início, 2022 acabou comigo também quase que numa verdadeira montanha-russa (da vida), desta vez, sozinha dentro de um pequeno Smart!!!

Adrenalina não faltou em 2022. Este ano tão vivido, tão intenso e de tanta aprendizagem trouxe-me, sobretudo, uma lição que eu há muito já devia ter aprendido: a importância do EQUILIBRIO entre o DAR e o RECEBER.

Obrigada 2022. 2023, sê bonzinho, por favor!

Aos meus AMIGOS: OBRIGADA. Sou uma sortuda. SEJAM FELIZES.

FELIZ 2023, maltaaaa!!!!

Dia Internacional da MULHER: uma luta que nunca acaba

Hoje é 8 de março, assinala-se o Dia Internacional da Mulher.

Ser mulher é um turbilhão de sentimentos e de emoções. É ser multitasking. É afirmar, a cada dia, o papel feminino na sociedade, assumindo importantes funções a vários níveis – profissional, familiar, social. É ter orgulho em ser mulher.

Mulher é amor, ternura, resiliência. É Vida. Maternidade. Força. Mas não nos podemos esquecer que mulher tem sido, também, desigualdade e desrespeito. Violência, psicológica, física e sexual; dor; mutilação; morte. Desde sempre, por todo o mundo!

Por tudo isto, mulher é luta – por direitos, igualdade, respeito. Por um mundo mais humano, livre e justo, em que todos sejam considerados enquanto seres humanos. Mulheres e homens.

Muitas foram as conquistas das gerações anteriores, que nos traçaram um caminho no sentido de uma sociedade mais justa. Os progressos, no que respeita aos direitos das mulheres em todo o mundo, são muitos e significativos. Mas este continua, e tem de continuar, a ser o propósito de muitos, até porque, infelizmente, retrocessos também têm vindo a acontecer.

Basta olhar, perceber o mundo, para saber que ainda há muito a fazer. É preciso mudar culturas, mentalidades, formas de estar, crenças. É preciso esquecer as guerras de poderes, sejam género, raciais, culturais, políticas ou religiosas. Um trabalho que nunca acaba.

Cada um de nós pode contribuir, um pouco, para um mundo melhor, em que mulheres e homens, independentemente de cor, nacionalidade ou religião têm os seus direitos respeitados e podem viver livremente. Sem medo.

Como sugestão, deixo-lhe o “Woman – Mulher”, lançado em 2020, para assinalar o Dia Internacional da Mulher.

“Um documentário em que mulheres de todas as idades, etnias, credos e condições sociais revelam a sua visão do mundo. Da infância à velhice, uma recolha de ‘confissões’ íntimas e, por vezes, sombrias de uma vida onde desigualdades e injustiças ainda imperam.”

ttps://fb.watch/3iIH_J_IUk/

Feliz Dia Internacional da Mulher!

Feliz 2022! :)

Melhor ou pior, costumo terminar os anos sempre com um sentimento de gratidão e com a lembrança dos bons momentos que, habitualmente, costumam ser mais e mais marcantes que os maus. É bom!

2021 deixa-me um misto de vários sentimentos: vazio, cansaço – até exaustão em alguns momentos -, angústia, medo, desespero, incapacidade… Tristeza, não. Não tive tempo para a sentir!

Não consigo celebrar 2021, embora saiba que toda esta avalanche de sentimentos (menos positivos) me permitiram crescer e, até, conhecer-me melhor.

Passei meses, semanas, dias e horas intensas e dolorosas em salas de espera de hospitais. E esperava, esperava… o pior. Sem perder a esperança num “final” feliz. Mas um verdadeiro final parecia aproximar-se a uma velocidade que eu não conseguia travar.

“A mãe está mal, mas vamos fazer o possível para que, pelo menos, se sinta bem”, ouvi. Mas como é que lidamos com estas palavras quando se referem à nossa Mãe?! Foi duro. Mentalizei-me que tudo acaba, até mesmo o que nunca devia ter fim, mas dei o meu máximo para que não fosse já. E felizmente tudo melhorou.

A rotura de ligamentos que fiz no pé foi grave, quase total. Doía. Muito, mas não dei importância. Não cuidei tão bem quanto deveria. Piorou. O pé “deixou de ser um pé”.  E a recuperação teria sido bem mais fácil e menos demorada e intensa se tivesse sido feita de outra forma. Já não importa, está quase bom!

No meio de tudo isto estava o trabalho, que não era pouco, o mestrado, que envolve concentração, tempo e paciência, a casa… Tudo. E tudo foi feito, mas a vida ficou um pouco por viver. As minhas vontades, os meus desejos, as minhas necessidades… de descansar, de ter tempo para ser eu e de ser feliz.

Ainda assim, seria injusta se esquecesse alguns bons momentos que passei, assim como aqueles bons amigos que estiveram ao meu lado. E a Mel, a gata que veio trazer muita energia boa a esta casa. Obrigada!

2022 vai começar agora com projetos novos e giros. Não consigo celebrar 2021, mas entro em 2022 com o coração cheio de esperança e com a certeza de que o vou viver bem melhor.

Que o nosso 2022 seja iluminado e repleto de momentos felizes e inspiradores. Beijinhos para todos.

Feliz 2022! 🙂

Aleitamento materno: o melhor para os bebés

DR.

A amamentação é a melhor forma de alimentar os bebés, sendo os benefícios mais óbvios para o bebé e a mãe, mas estendendo-se a toda a família e sociedade. É a forma mais antiga, natural e universal de alimentação dos pequenos humanos. É recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a alimentação ideal para os bebés em todo o Mundo, em exclusivo até aos 6 meses e depois mantida com a introdução progressiva dos outros alimentos. A duração “ótima” é desconhecida, sendo recomendada pela OMS até aos 2 anos ou mais, reconhecendo-se benefícios enquanto a mãe e a criança a queiram manter.

Os benefícios para o bebé são geralmente o grande motivador das mães, vão desde a nutrição e hidratação ótimas e adequadas a cada fase de cada bebé, transmissão de imunidade, regulação térmica e conforto, estimulando o ideal desenvolvimento da boca, dentes e linguagem e ajudando a estabelecer a ligação com a mãe. Diminui o risco de morte-súbita. É especialmente importante em recém-nascidos e bebés prematuros. Há ainda benefícios para o bebé a longo prazo, diminuindo o risco de obesidade, diabetes e alguns tipos de cancro.

Os benefícios para a mãe começam no pós-parto imediato, diminuindo o risco de hemorragias graves, fortalecendo a ligação com o bebé, providenciando um momento de pausa nas outras atividades e ajudando na perda de peso. Diminui o risco de obesidade, diabetes, osteoporose e vários cancros (especialmente da mama) a longo prazo. Em Portugal as mães que amamentam e trabalhem podem solicitar ajuste e redução de horário à entidade patronal.

Toda a família beneficia com a amamentação, pelo seu menor custo e ótima segurança e conveniência. A amamentação reduz temporariamente a fertilidade materna, contribuindo para o espaçamento das gravidezes.

Os benefícios para a sociedade são em primeira análise o menor custo com a alimentação dos bebés, mas sobretudo com o tratamento das doenças evitadas (do bebé e da mãe), diminuição do absentismo da mãe (já que os bebés adoecem menos) e globalmente, beneficia também o ambiente, já que a amamentação é a opção mais ecológica.

Estes benefícios são ainda mais evidentes em locais ou momentos em que as alternativas desaparecem ou são menos seguras (catástrofes, saneamento inadequado, pobreza extrema). Durante a presente pandemia de covid as recomendações internacionais têm sido veementes: as mães infetadas com covid devem ser apoiadas a amamentar, mesmo se sintomáticas (sendo que a mãe doente deve usar máscara e medidas de higiene reforçadas), pois os benefícios da amamentação parecem superar largamente o risco de infeção dos bebés.

Então e os “malefícios”, as desvantagens – são raras as situações em que é recomendado não amamentar – geralmente por infeções ou fármacos (da mãe) que passem para o bebé e cujo risco supere os benefícios acima listados (devendo ser avaliados caso a caso por profissional de saúde qualificado e atualizado). A mãe pode optar por não amamentar para partilhar ou ceder a tarefa de alimentar o bebé. Infelizmente, muitas mães desistem de amamentar (ou limitam a duração da amamentação) por dificuldades no processo de amamentação (feridas, mastites), pressão laboral, da sociedade e mesmo de familiares.

Quais as alternativas – quando a mãe não pode ou não quer amamentar, pode recorrer a várias alternativas: a Organização Mundial de Saúde recomenda o leite humano (bancos de leite) como primeira alternativa, para recém-nascidos; as amas-de-leite como segunda alternativa, e só depois as fórmulas de “leite adaptado”. O leite de vaca “normal” (não adaptado a bebés), leite de outros animais e as bebidas vegetais não são recomendadas para os primeiros 12 meses de vida.

Independentemente das escolhas, as Mães deveriam ser mais apoiadas por todos, pois enquanto parte da sociedade, todos queremos e todos ganhamos com o que todas as Mães querem, o melhor para os Bebés.

Artigo de opinião de Inês Palma dos Reis, coordenadora do Núcleo de Estudos de Medicina Obstétrica da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI)

Hoje estou de parabéns: faço 40 anos!

“Os 40 anos são uma idade terrível. A idade em que nos tornamos naquilo que somos”, Charles Péguy

Hoje faço 40 anos. Isso mesmo QUARENTA! Um número tão assustador, quanto merecedor de respeito.

Pela primeira vez, acordei com os dois pés bem assentes no mundo dos adultos. Finalmente, sou uma senhora. Tenho 40 anos e orgulho nisso.

Talvez fosse minha obrigação estar a passar por uma crise de identidade, a sentir-me nostálgica, com medo do futuro – que começa a tornar-se finito – e frustrada por todos os sonhos que ainda não realizei. Não é o caso, pelo menos para já.

“Os 40 anos são uma idade terrível. A idade em que nos tornamos naquilo que somos”, Charles Péguy

40 anos

Hoje faço 40 anos. Isso mesmo QUARENTA! Um número tão assustador, quanto merecedor de respeito.

Pela primeira vez, acordei com os dois pés bem assentes no mundo dos adultos. Finalmente, sou uma senhora. Tenho 40 anos e orgulho nisso.

Talvez fosse minha obrigação estar a passar por uma crise de identidade, a sentir-me nostálgica, com medo do futuro – que começa a tornar-se finito – e frustrada por todos os sonhos que ainda não realizei. Não é o caso, pelo menos para já.

Falta-me muita coisa. Tanto, mas tanto… Tudo aquilo que sonhei e que acreditei que aos 40 anos já teria. Mas que não tenho. Estas 4 décadas não me trouxeram o que queria, mas trouxeram-me tudo.

Muito mais do que algum dia pensei que pudesse viver, sentir, perceber… Pessoas e experiências inesquecíveis e enriquecedoras, que me tornaram melhor, mais tranquila, mais segura, mais feliz e, sobretudo, mais humana. Com certeza das minhas convicções, daquilo que quero e em que acredito, do mundo em que quero viver… Do mundo que quero ajudar a construir.

E o que seria de mim se estes 40 anos já me tivessem trazido tudo aquilo que sempre quis e que continuo a querer com todas as minhas forças?

Que venham as próximas realizações, mas que não demorem. Afinal, já tenho 40 anos!

Parabéns para mim!

Há dias assim…

Há dias em que estou bem em casa e dias em que só me apetece sair. Há dias em que estou calma e em paz e dias em que me sinto triste e ansiosa. Há dias em que estou bem sozinha e dias em que tenho saudade de tudo e de todos. Há dias em que a paz e a tranquilidade reinam nesta casa e dias em que quem se faz sentir é a dúvida, a indecisão, a incerteza e o medo do que o futuro me trará.

Há dias e dias…

O tempo passa. A vida não parou, mas perdeu praticamente todo o seu ritmo.

Aquele ritmo incessante, que me esgotava e me levava a esquecer-me de mim. A “perder a consciência” do meu eu, daquilo que sou, que quero, que defendo e em que acredito. Dos meus princípios, da pessoa que quero ser.

Aquele ritmo que me fez perder a noção da passagem do tempo e que, constantemente, me tornou indiferente aos outros, às suas necessidades e à sua reação perante minha já habitual ausência…

Aquele ritmo, que tanto me cansava e que eu tanto desejava que abrandasse, desapareceu por completo…

E o equilíbrio?!

É tempo de pensar, mas não demais. De aprender a lidar comigo mesma, com minhas as ansiedades e medos. É tempo de dedicar-me à casa e, sobretudo, à doce, meiga e teimosa velhinha que vive comigo e que tanto mimo me dá. De falar mais com os amigos, mesmo que à distância, mas de não fazer promessas que depois não vou poder cumprir, quando a vida voltar ao “normal”.

É tempo de fazer planos, de entender os meus sonhos e de perceber como os poderei alcançar. Mas, não pode ser tempo de antecipar o futuro. Não faz bem e a mim, em particular, provoca-me falta de ar!

É tempo de ser grata. Parece cliché, mas é a realidade. E estou a referir-me apenas a mim e à minha situação. Tenho consciência de que nem tudo é fácil.

Cada vez mais sei que não quero ser “tudo e mais alguma coisa”. Não é preciso. Apenas quero ser equilibrada e feliz.

Hoje deu-me para isto, escrever, escrever e nada dizer. Há dias assim…

Já lhes disseste, hoje, que os amas?

Sobre a minha mais recente entrevistada:

Bonita q.b, escanzelada, loira oxigenada, voz de cana rachada. Muito simpática, sorridente, sensível, disponível. Uma rapariga banal.

Senti que era um pouco tonta, enquanto a ouvia falar entusiasticamente da sua vida. Dos seus hobbies, trabalho e família. Tem uma vida banal (como a minha), mas falava dela com orgulho e contentamento. Gosta do que faz, sente-se realizada e é feliz.

Sobre a minha mais recente entrevistada:

A rapariga banal e tonta (como eu a pintei na altura) falou da palavra AMOR vezes sem conta, do valor de estarmos com aqueles que nos são importantes e de sentir o seu abraço apertado.

A rapariga banal e tonta lembrou-me da importância de lhes dizermos vezes sem conta que os amamos, todos os dias. Porque os sentimentos bons também têm de ser ditos. Tornam-se mais fortes.

Obrigada à minha mais recente entrevistada, por me ajudar a fazer uma revisão da “matéria”. Ultimamente, de vez em quando, tenho dito aos meus que os amo. Mas, na realidade, tem-me faltado tempo e lembrança para o fazer todos os dias, vezes sem conta.

Conclusão, a rapariga banal e tonta sou eu!

E tu? Já lhes disseste, hoje, que os amas? Vezes sem conta?!

2019, o ano da mudança

Talvez por ter recebido as boas energias do país e das pessoas com quem iniciei este ano, 2019 foi, sem dúvida, MUITO BOM.

Foi o ano da MUDANÇA, tanto em termos pessoais, como profissionais. O ano em que apaziguei o meu coração, em que defini sentimentos, vontades e objetivos. A altura em que me conheci um pouco melhor e em que percebi para “onde VOU”, o que QUERO e o que MEREÇO.

O ano da serenidade, da auto-estima e do amor próprio. Da aventura, da criação e da concretização de projetos. O ano das ideias e dos sonhos, de mais e mais sonhos que agora tenho para realizar.

Nem tudo foi bom. Não podia ser. Mas quero guardar essa experiência como algo positivo: mais uma aprendizagem! Até porque sei que o dia em que a vou compreender vai chegar.

2019 foi também o ano em que corri atrás do tempo, o ano em que não estive presente e  em que cuidei menos dos meus. Algo de que não me orgulho e que vou certamente mudar em 2020.

Sou (estou) grata, calma, feliz e tenho esperança em 2020. Que seja o ano da continuidade e da consolidação.

Que nos esperem 366 dias de muita FELICIDADE! 🙂

Bom ano novo!

10 cuidados essenciais a ter com os pés dos idosos

Assinala-se, hoje, o Dia Internacional do Idoso

DR.

Os nossos pés são constituídos por uma complexa rede de músculos, ligamentos e articulações, que, ao longo da vida, estão sujeitos a um elevado número de lesões e ferimentos.

Com o passar dos anos, os pés ficam mais suscetíveis a alterações, múltiplas agressões, lesões e doenças, que podem levar a consequências negativas em todo o corpo, caso não lhes sejam prestados os cuidados necessários.

Manuel Portela, podologista

A existência de dores nos pés é frequente, no entanto, não pode ser considerada normal. Uma correta avaliação e estudo da sintomatologia permite, na maior parte dos casos, reduzir significativamente as queixas apresentadas.

Estas situações são um contributo para a diminuição da mobilidade do idoso e para uma série de outras consequências a nível psíquico e social. A intervenção da Podologia pode ajudar na recuperação da funcionalidade do pé e contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida dos idosos.

Entre as principais causas para o surgimento de alterações podológicas no idoso estão a presença de traumas e problemas anatómicos do pé, que com o tempo acabam por ir danificando a sua estrutura; o uso de calçado desadequado ao longo do tempo; o facto da pessoa ter permanecido muito tempo da sua vida em pé; o sedentarismo; e a obesidade.

Além disto, condições como a diabetes ou a doença arterial periférica, que contribuem para a má circulação sanguínea, estão também entre os fatores de grande influência para o aparecimento de doenças dos pés nos idosos.

Um cuidado adequado dos pés dos idosos é essencial. Esta é a única parte do corpo que nos permite caminhar. A incapacidade de deslocação acarreta consequências não apenas para o pé, mas para a saúde em geral.

Cuidados essenciais a ter com os pés dos idosos:

  • Examinar e lavar os pés diariamente
  • Secar bem os pés, especialmente entre os dedos
  • Cuidado com a água muito quente
  • Cortar as unhas em forma reta
  • Estar atento a eventuais alterações do aspeto da unha, como espessura, cor, forma, entre outros
  • Manter os pés sempre hidratados
  • Evitar a aplicação de creme hidratante entre os dedos, para não provocar maceração (pele fragilizada, branca)
  • Adaptar o calçado, optando por um sapato com uma base ampla
  • Os sapatos deformados devem ser substituídos
  • Usar meias de algodão, lã ou derivados, para facilitar a transpiração do pé e evitar a sudação e o odor
ARTIGO ESCRITO POR MANUEL PORTELA, PODOLOGISTA E PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PODOLOGIA

1,2,3… menos uma beata de cada vez!

Assinala-se hoje o Dia do Ex-Fumador 

DR.

Tenho de começar este texto com uma confissão oficial: já não estou numa relação abusiva com o cigarro… há quase 12 meses, optei por terminar este relacionamento que durou alguns anos e acabei por dar prioridade à minha saúde.

Como todas as relações abusivas, criei uma dependência física e emocional com o cigarro, mas, desde há uns meses a esta parte, o tabaco não passa de um ex-companheiro, daqueles com quem decidimos terminar um namoro que não tem pernas para andar, sem pensar duas vezes.

O motivo? Voltei a apaixonar-me verdadeiramente pela vontade de viver a vida. Esta “relação” com o tabaco estava a destruir-me aos poucos, era uma espécie de vício, que me limitava a liberdade. Não havia grande margem para continuar esta relação. Os encontros só podiam acontecer em espaços exteriores. Sim, é curioso perceber que as pessoas, no geral, afastavam-se desta relação tóxica… é como se o ar fosse poluído pela presença de ambos. Ninguém aceitava a nossa relação dentro de quatro paredes!

Só por este motivo percebe-se bem que esta relação estava condenada ao fracasso. No fundo, esta relação só pode ser comparável a uma paixão doentia, que nos tira o fôlego, dia após dia… a verdade é que coloquei um ponto final nesta relação com o cigarro e, quando recuo no tempo, não poderia deixar de me sentir orgulhosa, por ter tido a coragem de cortar as amarras que muitos,  por se sentirem reféns de uma dependência, nunca conseguiram cortar. Tenho de congratular todos os ex-fumadores desta vida, porque conseguiram livrar-se de uma relação difícil com o tabaco.

1,2,3 e uma baforada de cada vez… 4,5,6 e mais um prego para o caixão… Parece exagero, não é! Um prego para o caixão. Mas a verdade é que o tabaco, independentemente de ser aquecido ou usado pela via convencional, é responsável por inúmeras mortes prematuras, todos os dias! Não queria ter de dar esta notícia de chofre, mas alguém tem de alertar para os factos, não é verdade? Pior ainda: a decisão de fumar ou abandonar em definitivo este vício depende de cada um de nós, individualmente. E já diz o ditado que mais vale prevenir do que depois remediar.

Quando se larga o cigarro, e meses depois de o nosso corpo se restabelecer sem reservas de nicotina, percebemos que cada “passa” não passa de um tiro quase certeiro na nossa saúde. Se há maneira de “queimar” os minutos que temos nesta vida, essa maneira é através do fumo do tabaco. É uma maneira de queimar o tempo, de subtrair os minutos neste planeta cheio de loucos (é certo!), mas onde habitam algumas das pessoas que mais contribuem para a nossa felicidade.

Foi por este motivo, e por acreditar que há mais vida para além do tabaco, que há aproximadamente 12 meses decidi deixar de fumar. Foi uma decisão difícil, porque acabar um relacionamento tão longo, que durou anos, nunca será algo que se consegue de ânimo leve. Mas teve de ser. Ou seria isso ou iria manter em suspenso um projeto que está prestes a concretizar-se na minha vida: a maternidade.

Já havia feito uma tentativa prévia para abandonar esta relação, que eu sabia ser abusiva, e consegui manter-me afastada do cigarro durante mais ou menos dois anos, depois de um enorme susto, que me limitou a capacidade de respirar. Durante dois anos, enquanto me lembrava da sensação de não conseguir respirar, mantive-me longe desta relação com o cigarro. Sempre tive vontade de colocar um ponto final definitivo nesta relação, mas, como em praticamente todas as relações abusivas, chegamos a pensar que a nossa vida não faz sentido sem aquele elemento da equação: o cigarro.

O cigarro parece a “companhia” perfeita, que está connosco ao final do dia, quando a noite cai e o silêncio parece demasiado pesado. Parece que o cigarro – com quem mantemos uma relação sinérgica – nos deixa mais confiantes e estimula o nosso raciocínio. De repente, deixamos de conseguir pensar sem um cigarro na mão… mas onde está a verdade no meio disto tudo? A verdade é que o cigarro tem um poder magnético e, por vezes, se decidimos dar uma nova oportunidade a esta relação, acabamos por ficar novamente enredados pelo tabaco.

Outra verdade é que só podia “andar de mãos dadas” com o cigarro em espaços exteriores… sentia que havia um certo ostracismo por parte de terceiros relativamente à relação que mantinha com o tabaco. Havia a proibição de me encontrar com o tabaco em espaços fechados. Quase todos os encontros pareciam clandestinos e alguns deles até bastante fugazes.

É um prazer momentâneo, que compartilhava com  outros que, como eu, também estavam em relações semelhantes e abusivas com os seus respetivos cigarros. Depois de cada encontro havia alguns olhares de soslaio, provavelmente aqueles que agora lanço a quem ainda mantém relações do género… há uma condenação quase pública, mas silenciosa, porque toda a gente sabe que estas relações tóxicas são prejudiciais. Há avisos públicos e mensagens bem claras que alertam para relações deste género. Há especialistas que se dedicam a ajudar os que querem sair destas relações, mas toda a gente reconhece que estas relações com o cigarro são difíceis de terminar.

Após cada “beijo” que damos a um cigarro ninguém pode negar que fica um amargo de boca… além disso, esta relação tóxica entranha-se nas nossas roupas e nas nossas vísceras. Não há ninguém que não perceba, através dos sinais olfativos e visuais, que estamos numa relação com o tabaco…

Amor (próprio) é um cigarro que se apaga, porque os benefícios para a saúde, após duas a três semanas sem fumar, são incalculáveis. Depois, a longo prazo os benefícios multiplicam-se e o corpo, aos poucos, liberta-se de todos os componentes químicos que nos causaram dependência física e psicológica.

Há quem decida apagar o cigarro de uma só vez da sua vida. A esses, os corajosos e que optaram por dar mais tempo à vida, devo dar os parabéns. Porque, independentemente dos motivos que nos levam a deixar de fumar, a vida vale sempre muito mais do que um simples cigarro.

E bem sei que a tentação está à espreita a cada esquina e que há sempre quem lucre com estas relações abusivas, fazendo acreditar que quem está “numa relação com o cigarro” poderá manter-se assim, sem que esta relação seja minimamente prejudicial. É um logro pensar que há relações com o tabaco que serão eternas, até porque, a dada altura das nossas vidas, iremos perceber que esta relação nos subtraiu tempo de viver. E esse tempo é irrecuperável e não volta atrás…

Texto escrito por uma “orgulhosa” ex-fumadora que preferiu não ser identificada

Page 1 of 6

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén