O silêncio que se fez sentir entre as centenas de pessoas que se encontravam frente ao Teatro Nacional de São Carlos e que, sentadas ou em pé, não desviaram os olhos do palco, diz tudo. Estavam a ver o último de três espetáculos da Companhia Nacional de Bailado (CNB), inseridos no 10.º Festival ao Largo MILLENNIUM, que decorreu de 6 a 28 de julho, no Largo São Carlos, em Lisboa. 

Como vem sendo habitual, também o Festival deste ano terminou com três espetáculos da referida companhia, que, nesta edição, apresentou três grandes êxitos do seu repertório de ballet clássico e contemporâneo: Serenade, de George Balanchine; Herman Schmerman, de William Forsythe; e Raymonda, de Marius Petipa (terceiro ato). Um programa que acompanhou a evolução do bailado entre o final do século XIX e o final do século XX e que atesta a versatilidade e excelência da CNB em diferentes registos de dança.

A beleza e a elegância dos corpos, simultaneamente leves e firmes, que se misturavam na simplicidade dos seus movimentos, entre coreografias que contam histórias, retiveram as atenções de toda a plateia, como é, desde sempre, apanágio destes bailarinos, da qualidade dos seus espetáculos e da magia dos seus movimentos em palco.

E visto isto, as palavras do filósofo alemão Friederich Nietzsche fazem sempre mais sentido: “Eu só poderia crer em um Deus que soubesse dançar”.

A CNB atuou, como foi já referido, nos últimos dias do festival,  de 26 a 28 de julho.