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Mês: Agosto 2019

GOD: a comédia divinal protagonizada por Joaquim Monchique

Joaquim Mochique, o talento maior da comédia portuguesa, fez anos na passada sexta-feira, dia 23 de agosto, e, para assinalar este dia, ofereceu aos seguidores da sua página de facebook bilhetes para a “conferência divinal” God, em cena no Teatro Villaret. Para tal, bastava responder à questão: “Qual o autor de God?”

Eu tive a sorte de ser uma das felizes contempladas e à hora marcada lá estava, para pela segunda vez assistir à comédia God. Mais uma vez, pude ver e ouvir Deus descer à terra, na pessoa de um dos meus ídolos da comédia portuguesa, que, como era de esperar, esteve mais do que à altura deste desafio divinal. A Ele juntaram-se os anjos Miguel e Gabriel, interpretados por Diogo Mesquita e Rui Andrade, com o objetivo de alterarem o rumo da humanidade, para tornarem a vida terrena mais agradável.

Naquela noite, na sala do Teatro Villaret, os 10 mandamentos foram outros e as explicações sobre a origem de tudo muito mais divertidas e corriqueiras do que aquelas que por várias vezes já nos foram contadas em missas de tardes domingueiras. Joaquim Monchique, ou melhor Deus, respondeu com humor e irreverência às grandes questões da humanidade,  dirigindo-se concretamente aos portugueses.

Desengane-se quem pensa que, durante este momento de muitas gargalhadas, passadas entre o terreno e o divino, não foram enviadas mensagens importantes de vida, que ficaram a ecoar na memória de quem assistiu a esta peça. Disfarçadamente, enquanto espalhava a palavra divina de cima do palco do Villaret, o comediante deu a conhecer à plateia os seus novos 10 mandamentos, terminando com um (10.º mandamento) “Acreditarás em ti próprio”.

Parabéns Joaquim Monchique e obrigada pelo presente!

A peça está em cena no Teatro Villaret, em Lisboa, até dia 22 de setembro. Entre os dias 26 de setembro e 20 de outubro, God vai estar no Teatro Sá da Bandeira, no Porto.

10 cuidados a ter este verão para prevenir infeções nos pés

Os pés estão muitas vezes sujeitos a condições de calor e humidade, nomeadamente pelo uso de calçado fechado, que favorecem o desenvolvimento de fungos responsáveis por infeções. Tal como outra parte do corpo, os pés devem ser cuidados durante todo o ano, contudo, no verão e em tempo de praia e piscina são vários os fatores propícios ao surgimento de micoses e, por isso, é crucial que os cuidados com os pés não sejam esquecidos.

Francisco Oliveira Freitas, podologista

As micoses são infeções altamente contagiosas provocadas por fungos, que se desenvolvem e se reproduzem em ambientes quentes, húmidos e escuros. Para obter energia, estes microrganismos “alimentam-se” de queratina, uma substância presente na superfície da pele, unhas e cabelo. Em circunstâncias normais, os fungos não causam doença, no entanto, se reunidas as condições necessárias à sua proliferação, a infeção pode instalar-se.

As infeções fúngicas estão entre as principais patologias ao nível do pé e a sua incidência aumenta significativamente no verão. Com o aumento das temperaturas, a concentração de transpiração no calçado e a exposição dos pés, em especial na praia e nas piscinas públicas, estão entre os principais fatores de risco.

Ao nível do pé, podemos falar de dermatomicoses e onicomicoses (micoses nas unhas). O pé de atleta é uma das micoses mais comuns no pé e, uma vez que o seu contágio é mais frequente nas piscinas e balneários públicos, pode ser considerado a “doença do verão”. Este problema surge mais frequentemente nos espaços entre os dedos e os seus sintomas incluem vermelhidão, prurido (comichão), inflamação, mau odor e alterações da pele, podendo provocar bolhas, fissuras e descamação da pele. O contágio é favorecido pela água e areia, bem como pela pele seca e fissurada dos pés, um problema também comum nesta altura do ano.

Já a onicomicose, responsável por mais de metade das doenças que afetam as unhas, pode provocar a alteração da coloração, deformação, engrossamento da unha e dor. Em certas situações, poderá verificar-se o descolamento da unha do leito ungueal. A dor poderá ser agravada pela pressão exercida pelo calçado.

O tratamento dependerá do tipo de fungo e da gravidade da micose, tal como do estado de saúde da pessoa, sendo muitas vezes necessária a prescrição de medicamentos de uso tópico e comprimidos de ingestão via oral. No que diz respeito à onicomicose, o objetivo da terapêutica é o crescimento de uma unha saudável, que demora pelo menos 12 meses a crescer desde a raiz até à ponta. Vigiar diariamente os pés permite a deteção dos sinais de infeção e facilita a obtenção de um diagnóstico precoce. Na presença de um ou mais sintomas de micose no pé, o próximo passo é recorrer a um podologista para tratar imediatamente a infeção e evitar que toda a família seja contagiada, uma vez que as micoses podem servir como “portas de entrada” a agentes patológicos causadores de infeções graves.  

Que cuidados devo ter para prevenir o contágio e o desenvolvimento de micoses no pé?

Transpirar dos pés é uma resposta biológica e fundamental para controlar a sua temperatura e manter a flexibilidade da pele, contudo, ao contrário de outras áreas do corpo através das quais pode evaporar facilmente, o uso de sapatos e meias pode levar à retenção de suor. Como o excesso de transpiração é naturalmente mais comum nas alturas de calor, é importante prevenir a concentração de humidade no calçado, que propicia o desenvolvimento de micoses.

Para evitar a exposição aos fungos pelo contacto com superfícies contaminadas, é crucial usar sempre chinelos em locais húmidos. Embora não se possa garantir que evite a 100 por cento a probabilidade de sermos contagiados, usando-os estamos bem mais protegidos contra este tipo de infeções. Doentes com diabetes e com o sistema imunitário debilitado devem ter cuidados redobrados.

De modo a prevenir infeções causadas por fungos, existem algumas recomendações a seguir no sentido de evitar o contacto direto com o fungo e, por outro lado, o desenvolvimento de condições favoráveis à sua proliferação, nomeadamente durante a estação mais quente do ano:

  • Usar sempre chinelos nas zonas de banho, como piscinas e balneários públicos;
  • Escolher calçado arejado e que permita a ventilação do pé;
  • Colocar os sapatos a arejar num local ventilado e iluminado e aguardar, pelo menos 24 horas, antes de calçar os mesmos sapatos novamente;
  • Preferir calçado em pele e meias de fibras naturais (preferencialmente de algodão);
  • Manter uma higiene cuidada do pé, lavando os pés com sabão de pH neutro;
  • Secar bem os pés com a toalha, especialmente os espaços entre os dedos;
  • Fazer uma hidratação diária dos pés;
  • Trocar de meias diariamente;
  • Em caso de excesso de transpiração, usar antitranspirante específico para os pés;
  • Não partilhar objetos pessoais, como toalhas, meias ou calçado.
ARTIGO ESCRITO POR FRANCISCO OLIVEIRA FREITAS, PODOLOGISTA RESPONSÁVEL PELO CENTRO DE PODOLOGIA DE FAMALICÃO.

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