Há dias em que estou bem em casa e dias em que só me apetece sair. Há dias em que estou calma e em paz e dias em que me sinto triste e ansiosa. Há dias em que estou bem sozinha e dias em que tenho saudade de tudo e de todos. Há dias em que a paz e a tranquilidade reinam nesta casa e dias em que quem se faz sentir é a dúvida, a indecisão, a incerteza e o medo do que o futuro me trará.

Há dias e dias…

O tempo passa. A vida não parou, mas perdeu praticamente todo o seu ritmo.

Aquele ritmo incessante, que me esgotava e me levava a esquecer-me de mim. A “perder a consciência” do meu eu, daquilo que sou, que quero, que defendo e em que acredito. Dos meus princípios, da pessoa que quero ser.

Aquele ritmo que me fez perder a noção da passagem do tempo e que, constantemente, me tornou indiferente aos outros, às suas necessidades e à sua reação perante minha já habitual ausência…

Aquele ritmo, que tanto me cansava e que eu tanto desejava que abrandasse, desapareceu por completo…

E o equilíbrio?!

É tempo de pensar, mas não demais. De aprender a lidar comigo mesma, com minhas as ansiedades e medos. É tempo de dedicar-me à casa e, sobretudo, à doce, meiga e teimosa velhinha que vive comigo e que tanto mimo me dá. De falar mais com os amigos, mesmo que à distância, mas de não fazer promessas que depois não vou poder cumprir, quando a vida voltar ao “normal”.

É tempo de fazer planos, de entender os meus sonhos e de perceber como os poderei alcançar. Mas, não pode ser tempo de antecipar o futuro. Não faz bem e a mim, em particular, provoca-me falta de ar!

É tempo de ser grata. Parece cliché, mas é a realidade. E estou a referir-me apenas a mim e à minha situação. Tenho consciência de que nem tudo é fácil.

Cada vez mais sei que não quero ser “tudo e mais alguma coisa”. Não é preciso. Apenas quero ser equilibrada e feliz.

Hoje deu-me para isto, escrever, escrever e nada dizer. Há dias assim…