Ficas a saber que dois dos teus amigos não são bons da cabeça quando, um deles, de um dia para o outro, vos inscreve na Grande Regata de Barquinhos a Remos, nomeia a vossa equipa como “os pimbas” e a ti próprio como o capitão da mesma! E a resposta do outro é: “Ahaha lá nos vamos nós meter em aventuras, outra vez!”.
Ficas a saber que és igualmente senil quando aceitas a “aventura” e ainda te dás ao trabalho de caprichar no teu disfarce pimba, afinal és o capitão da equipa!
Os pimbas tiveram uma longa e muito puxada competição pela frente, treinaram, esforçaram-se, suaram e riram tanto que tiveram direito a um muito bom e honroso último lugar.
No meio de tudo isto há um quarto elemento que aparece para nos apoiar e tirar fotos!
Conclusão da história: um pouco de loucura é meio caminho andado para alcançar a felicidade!
Esta foi a 6.ª edição da Grande Regata de Barquinhos a Remos, que se tem realizado, todos os anos, no Lago do Jardim do Campo Grande. É organizada e apresentada por Fernando Alvim, humorista, locutor e apresentador.
Tal como a escrita, para mim a dança é das melhores formas de expressão. Dançar é deixar fluir o movimento do corpo e a sua energia sem ter de pensar em nada, mas, ainda assim, transmitindo tudo o que me vai na alma. Dançar é ser feliz. É fazer poesia com o corpo!
Um dos pontos altos do meu mês de agosto é o Festival Andanças, que, este ano, se realiza de 1 a 5, em Castelo de Vide, com o tema “Roda Viva”. Não perco!
Para quem não sabe, o Andanças define-se como um festival em movimento e em constante evolução. Onde se dança, se ouve e toca música, se aprende. Onde se partilham tradições e saberes numa atmosfera de comunidade.
Completamente distinto de qualquer outro festival, o Andanças é, acima de tudo, “conexão”, não apenas entre os corpos que se “misturam” no “silencio da música que toca”, mas sobretudo com a terra, com a natureza. O Andanças é arte, alegria, partilha. É variedade, é aprendizagem, é amizade. É amor pela arte nas suas mais diversas vertentes, pela diversidade, pelo planeta. O Andanças é feito de momentos mágicos que a minha memória não esquece e guarda para toda a vida!
O festival recebe músicos e bailarinos do mundo inteiro. De dia, há oficinas de dança, massagens, artesanato, entre outros. À noite, bailes e concertos onde se experimentam passos, ritmos e melodias, a par ou em roda.
Curiosamente, além de reunir pessoas e culturas de todos os cantos do mundo, o que é maravilhoso, no Andanças vêem-se também pessoas de todas as idades, desde bebés aos mais idosos.
Se não conhecem, deviam ir. Eu aproveito, todos os anos, para repôr energia e colocar as ideias no sítio, mesmo sem pensar em nada. Entrar em outra dimensão, sentir-me livre e esquecer o mundo.
“Em Roda Viva o movimento é continuo. Damos as mãos e fechamos a roda, unimo-nos, giramos sobre o nosso corpo e sobre o nosso par, dançamos sem parar. Construímos e evoluímos, aprendemos. Mudamos de lugar e continuamos o trajeto, viajamos, partimos, chegamos. E começa uma nova dança.”
Informações no site e no facebook oficiais do Andanças
As palhinhas são super “divertidas” – se é que as posso caracterizar assim! Têm tantas ou mais cores que o arco-íris, são biodegradáveis, comestíveis e aromatizadas – feitas de amido de milho, água, gelatina e “sugar glass”. Segundo dizem, é um “tipo de açúcar” (não refinado), que permite que tenham apenas 23kcal, tantas como um limão! Das que pude provar, têm um sabor bastante agradável! Os pratos, mais discretos, são feitos de farelo de trigo. A minha memória remete-me para uma espécie de pão torrado ou algo parecido!
Tive contacto com esta novidade durante as festas dos Santos Populares. Os pratos estavam por “todo o lado”! As palhinhas, vi-as no Time Out Market Lisboa.
Fiquei curiosa, fui pesquisar e descobri que estes “objetos” comestíveis e biodegradáveis são comercializados por uma startup de Santarém, com o objetivo de reduzir a pegada ecológica e a poluição dos oceanos.
Disponíveis em oito aromas – morango, lima, limão, maçã verde, canela, gengibre, chocolate e neutro – que não passam para a bebida e respeitam o seu sabor, as palhinhas são produzidas em Espanha. Os pratos vêm da Polónia.
Não sei muito mais sobre estes “amigos do ambiente”, apenas que pretendem, assim que possível, trazer para Portugal e, eventualmente, produzir cá, produtos que não alterem os nossos hábitos de consumo, com opções descartáveis que sejam amigas do ambiente. E que, a partir do mês de outubro, vão comercializar também palhetas para mexer o café, produzidas com base em fibras vegetais.
As ruas que se enchem de cor, entre balões e bandeirolas. A vizinha do 16 que grita pela do 18. Precisa de açúcar para pôr no arroz. O Sr. Manuel do café da esquina que abastece a arca para que não faltem minis, imperais, sumos e muito mais.
O cheiro da sardinha assada que inunda as ruas e as casas dos moradores. O caldo verde, as bifanas, as entremeadas, o chouriço assado, os churros e as farturas.
O estacionamento que a cada noite fica ainda mais escasso!
Música popular, arraias e bailaricos. “Risos, gargalhas, fados e desgarradas” até de manhã. Alegria, amizade, convívio… bebedeira!
Os bairros que se misturam. As ruas que se enchem de gente, muita gente. As marchas que descem a avenida. Os tronos de Santo António!
O cheiro dos manjericos com trovas dedicadas ao nosso casamenteiro e aos casais apaixonados.
As crianças (já muito poucas) que pedem uma moedinha para o Santo António! O São João e o São Pedro.
É assim o mês de junho na minha linda Lisboa. São/foram assim as festas da minha terra.
O silêncio que se fez sentir entre as centenas de pessoas que se encontravam frente ao Teatro Nacional de São Carlos e que, sentadas ou em pé, não desviaram os olhos do palco, diz tudo. Estavam a ver o último de três espetáculos da Companhia Nacional de Bailado (CNB), inseridos no 10.º Festival ao Largo MILLENNIUM, que decorreu de 6 a 28 de julho, no Largo São Carlos, em Lisboa.
Como vem sendo habitual, também o Festival deste ano terminou com três espetáculos da referida companhia, que, nesta edição, apresentou três grandes êxitos do seu repertório de ballet clássico e contemporâneo: Serenade, de George Balanchine; Herman Schmerman, de William Forsythe; e Raymonda, de Marius Petipa (terceiro ato). Um programa que acompanhou a evolução do bailado entre o final do século XIX e o final do século XX e que atesta a versatilidade e excelência da CNB em diferentes registos de dança.
A beleza e a elegância dos corpos, simultaneamente leves e firmes, que se misturavam na simplicidade dos seus movimentos, entre coreografias que contam histórias, retiveram as atenções de toda a plateia, como é, desde sempre, apanágio destes bailarinos, da qualidade dos seus espetáculos e da magia dos seus movimentos em palco.
E visto isto, as palavras do filósofo alemão Friederich Nietzsche fazem sempre mais sentido: “Eu só poderia crer em um Deus que soubesse dançar”.
A CNB atuou, como foi já referido, nos últimos dias do festival, de 26 a 28 de julho.
Naquele dia acordou com uma dor forte nas costas. Não era habitual, mas como fazia desporto e dança pensou que não passava de um mau jeito e resolveu parar por uns dias. Catarina era jovem. Tinha 29 anos, mas aparentava muito menos, uns 22! Talvez pela sua forma de ser, de vestir, de estar. Era ativa, comunicativa, tinha mil hobbies, muitos amigos e estava a passar por uma ótima fase. Tinha um emprego novo e estava apaixonada por um dos instrutores do ginásio que frequentava e com quem andava a sair.
Dentro das suas formas curvilíneas, encontrava-se numa excelente forma física. De cabelo castanho, liso, mas com alguns jeitos, pestanuda e sempre sorridente, Catarina sentia-se feliz e saudável e, durante poucos dias, não se preocupara com o suposto mau jeito que teria dado. Tinha, de vez em quando, umas crises de mau feitio. Personalidades!
Os dias passaram. As dores agravaram. Catarina foi às urgências hospitalares. “Está tudo bem consigo. Basta que tome estes comprimidos e que ponha um emplastro de 12 em 12 horas”. Foi mais ou menos isto que o ortopedista que a examinou lhe disse. Catarina foi para casa e assim fez, mas a dor não passou. A dor piorou!
Infelizmente, a vida não é feita apenas de bons momentos e a de Catarina passou a ser um verdadeiro inferno! As dores eram atrozes, debilitantes, completamente impossíveis de suportar e os médicos não diagnosticavam doença alguma.
Catarina estava a enlouquecer. Sentia que a vida não valia a pena. Não conseguia imaginar-se a viver assim, limitada, e muito menos suportar tamanha dor por muito mais tempo. Chegou a pensar em desistir de si, mas foi demasiado cobarde para isso!
Procurou mais e mais médicos. Sentava-se à sua frente e apenas conseguia chorar. Compulsivamente. Como quem pedira desesperadamente que a ajudassem. Um dia, foi a um reumatologista e tudo mudou!
Finalmente, encontrou o seu “anjo da guarda”. Alguém que se preocupou realmente consigo, com o seu caso e que, a pouco e pouco, lhe foi devolvendo a paz que perdera há alguns meses. Tempo de mais!
Com cerca de 50 anos, careca e com muito sentido de humor, também o seu reumatologista teve dificuldade em fazer o diagnóstico logo à primeira, mas preocupou-se em, simultaneamente, minimizar-lhe as dores e em fazê-la sorrir, com as histórias cómicas que ia contando ao longo das consultas.
Errou o primeiro diagnóstico, até que Catarina começou a ter manchas na pele! Finalmente descobriu-se: Artrite Psoriática, uma doença inflamatória reumática crónica. O percurso foi longo, muito longo, mas hoje está tudo bem e a doença controlada, apesar dos espaçados surtos.
Passar por momentos tão dolorosos e incapacitantes durante muito tempo não é fácil e descobrir que se tem uma doença crónica, ou seja, para toda a vida, também não. É desesperante!
Catarina tornou-se uma pessoa triste, nervosa, arrogante. Tinha medo da vida e do que viria pela frente! Acordava várias vezes por noite para confirmar que ainda se conseguia mexer e que não tinha mais manchas no corpo! Perdeu “amigos”, talvez por falar muito da sua doença, dos seus sintomas dos seus medos, talvez porque tenha passado a ser chata e desinteressante para eles! Catarina tornou-se uma pessoa revoltada.
Os anos passaram, novas pessoas surgiram na sua vida, umas ficaram outras não, Catarina aprendeu a lidar com a doença, aceitou-a e com o passar do tempo voltou a ser quem era antes. Um pouco mais “adulta”, talvez.
Quem nunca passou por uma história semelhante a esta, independentemente da doença, ou não cuidou e acompanhou de perto alguém com um problema deste género, não tem – e ainda bem – a menor ideia do seu sofrimento. Não percebe porque razão a pessoa é constantemente antipática, arrogante ou o que seja. É importante lembrar que pessoas como a Catarina estão a travar um longa e muito pesada luta e que não vale a pena entrar em confronto.
Pelo contrário, devemos ter sempre em conta que, mesmo antipáticas, arrogantes, insuportáveis ou seja lá o que for, estas pessoas merecem todo o nosso apoio e respeito. Se tudo correr bem, com o tempo voltarão a ser como antes. Ou quase!
O que é a Psoríase?
A psoríase é uma doença sistémica inflamatória crónica da pele, não contagiosa, que pode surgir em qualquer idade. Afeta 1 a 3% da população.
O seu aspeto, extensão, evolução e gravidade são muito variáveis, caracterizando-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afetam sobretudo os cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo.
Nos casos mais graves, estas lesões podem cobrir extensas áreas do corpo. As unhas são também frequentemente afetadas, com alterações que podem variar entre o quase imperceptível e a sua destruição.
Cerca de 10% dos doentes desenvolvem artrite psoriática. Esta traduz-se por dor e deformidade, por vezes bastante debilitante, de pequenas articulações, como as mãos e os pés, ou grandes articulações, como membros e coluna. Pode manifestar-se também em outros órgãos e sistemas.
A origem da psoríase não está totalmente esclarecida, embora se saiba que é geneticamente determinada e envolva alterações no funcionamento do sistema imunitário, que provocam inflamação e aumento da velocidade de renovação das células da epiderme, a camada mais superficial da pele.
Apesar de não ter cura, a doença tem tratamentos muito eficazes. Se desconfiar que poderá sofrer desta patologia nas suas mais variadas formas dirija-se de imediato a um médico e não desista.
Algumas figuras públicas que revelaram sofrer de psoríase:
… Não sei, mas defendo que não! Não é de todo a pobreza que faz das pessoas miseráveis. Até porque, a meu ver, trata-se de um adjetivo muito forte para atribuir a alguém apenas porque não tem dinheiro, tem uma casa mais pequena e com poucas condições… ou simplesmente uma forma “diferente” de estar na vida.
A semana passada fui até ao norte do país fazer uma reportagem. Um dos entrevistados era um muito simpático e castiço médico, com quem já trabalho há anos e, quando possível, costumo conversar.
Entre entrevistas e fotografias às instalações, aos seus colegas e aos doentes, o médico sugeriu que fizéssemos uma pausa e fossemos até ao bar. “Sabe, Sra. Dra. – é assim que me trata apesar de eu já lhe ter dito milhares de vezes para me chamar Sílvia – este ano vou de férias para o Perú”, contou, enquanto eu punha água no café e ele dava a primeira dentada num dos dois húngaros que pediu para o seu lanche matinal.
“Perú! Espetacular”, respondi. Falámos um pouco sobre a viagem que vai fazer e o que o levara até lá, até que resolvi falar das minhas últimas e ainda muito recentes férias. Disse-lhe que estive no Sudeste Asiático, que passei por Hong Kong, Macau, algumas cidades do Vietname, Luang Prabang em Laos e Bangkok na Tailândia.
“Conheço todos esses países, menos o Vietname! Do que é que gostou mais?”, perguntou-me. “Luang Prabang, em Laos!!!”, respondi com entusiasmo e sem pensar duas vezes. “Isso é uma miséria”, respondeu!
Fiquei boquiaberta! Quase me senti ofendida, como se fosse um deles e defendi-os, claro está, como se de familiares meus se tratassem! Senti-me tão bem em Luang Prabang!
Foi nesta altura que eu e os Sr. Dr. começámos a discordar. E foi assim que comecei a pensar no que realmente é importante e naquilo que precisamos para ser felizes. Para ele Laos é um país de pessoas pobres, “miseráveis”, com falta de coisas básicas, onde as crianças não tem com que brincar e andam todas sujas pela rua! É a sua visão e eu respeitei, mas tive de mostrar a minha.
Em Luang Prabang e na Hmong Village a felicidade está a vista de qualquer um. Ela anda por ali de mão dada com aquelas pessoas! Para mim, trata-se de um local de paz, amor, calor, budismo, natureza, alegria e eu fiquei fascinada!
As pessoas de Luang Prabang e da Hmong Village são simpatia, acolhimento, altruísmo. Recebem tão bem e são tão disponíveis. A cidade é muito calma e está cheia de crianças que nos cumprimentam constantemente com um simpático “Sabaidee” (olá em lausiano).
As pessoas da Hmong Village – uma espécie de tribo, se é que lhe posso chamar assim – são livres, vivem felizes e isso é visível aos olhos de quem por lá passa. A paz reina neste local e as crianças são genuinamente felizes. É um privilégio poder estar entre elas e fazer parte das suas brincadeiras.
Talvez não tenham com que brincar, como disse o meu entrevistado, e nem todas as condições de que necessitam nos pequenos bungalows em que vivem. Mas têm saúde, têm o amor da família, têm amigos com quem brincam na rua, têm comida, têm escola… O resto?! Não sabem que existe. Têm tudo o que precisam!
Não entendo como podemos chamar miserável a alguém que tem “tudo e é tão feliz”! Talvez seja apenas uma questão de prioridades…
“Viajar é mudar a roupa da alma”, já o dizia Mário Quintana e eu não podia concordar mais com ele. Recentemente, estive no Sudeste Asiático, onde durante uma aventureira, divertida e muito corrida viagem, de quase três semanas, vivi experiências maravilhosas.
Momentos únicos que me permitiram conhecer novas culturas, paisagens, cheiros e, sobretudo, diferentes formas de viver e de estar na vida… Assim voltei a ver o mundo pelos olhos de uma criança. Mas cresci!
Enquanto apreciava uma das belas vistas de Hong Kong, a nossa primeira paragem, adormeci num canteiro artificial, entre a beleza e a enorme agitação da cidade. O Jet Lag é lixado e, vá, para quem gosta de dormir, qualquer desculpa serve.
Em Macau, senti-me em casa. Gostei de passear sobre a nossa tão bonita calçada portuguesa e de ver que a Língua e a cultura portuguesas ainda se mantêm do outro lado do mundo. Os já poucos portugueses/macaenses gostam de nos ver, de conversar, de nos orientar e dar dicas. Dos “supostos” pasteis de nata, já não posso falar tão bem!
O Vietname é brutal! Em Hoi An, durante um passeio de barco à noite pedi um desejo e pus uma velinha no rio, com a ajuda de um menino que a ia reacendendo, cada vez que se apagava e que eu fazia um “ohhh”! Andei de mota a três, comi coisas deliciosas e fiz quase tudo aquilo que os Srs Drs. da consulta do viajante disseram que não se podia fazer! Que se lixe, importante é viver!
Em Hanói, a capital, rezei cada vez que precisei atravessar a rua. Só quem passou pelo mesmo vai compreender. E fiquei muito surpreendida, pelo modo de vida daquelas pessoas, pela falta de condições, de espaço, de higiene… Em suma, pela luta pela sobrevivência.
Porém, terminámos a última noite desta nossa estadia a dançar na rua, que obviamente adorámos, e, já de dia, horas antes de partirmos, enfrentámos uma fila de pessoas que queriam tirar fotografias connosco! Foi só insólito e muito engraçado! Depois disso, bebi um delicioso sumo natural que veio acompanhado de uma nota: “Hanói loves you”! Com tudo isto, senti-me uma estrela e obviamente que também gosto de Hanói. Ah, os templos, pagodes e afins são lindos, claro está!
Em Cat Ba e Ha Long Bay vi paisagens fantásticas, fiz Kaiake, subi ao pico de montanhas e, ainda, mandei um “espetacular” mergulho de cima do barco, que me lixou os ouvidos!
Passámos a noite num bungalow na Ilha dos Macacos, onde não conseguimos ver nem um. Vá-se lá entender! Mas tivemos o privilégio de “dormir” com um ser que, mais tarde, viemos a saber ser um reptil. Mesmo sem nunca o termos visto – tal como aos macacos -, conseguimos ouvi-lo e perceber que estava bem perto de nós. Fazia um som estranho, como quem se riu alto durante toda a noite!!! Tivemos ainda a companhia de uma espécie de tarântula!
Luang Prabang, em Laos, foi o ponto alto, e o local onde estivemos mais tempo. A paz reina ali e eu pude senti-la. Em Laos ficámos a saber mais sobre Budismo, assistimos à cerimónia das almas, às 5h30 da manhã – isso mesmo não me enganei -, onde a população se junta para dar comida aos monges, que por sua vez a dividem com aqueles que mais precisam.
Logo de seguida, fizemos um lindo passeio de barco, em que dormi durante toda a viagem. As paisagens eram maravilhosas, não tenho dúvida!
Tivemos numa experiência fantástica, onde interagimos e nadámos com os elefantes, que para mim foi fenomenal e me deixou de coração cheio. Sentimentos que voltaram a sobressair durante a visita à Hmong Village, em que pudemos brincar com as crianças e sentir a sua alegria tão genuína. Além disso, ainda tivemos o privilégio de ficar a saber toda a vida do nosso tão simpático guia, que nos disse coisas como “I’m a playboy” ou “I have a dream…” .
Nadámos nas limpas e azuis águas da Kuang Si Waterfall, uma paisagem de sonho. E como não há impossíveis, ficámos amigas de um monge com quem passeámos e conversámos horas a fio durante a noite… Nunca imaginei que pudesse acontecer! Quem sabe um dia volte!…
A experiência terminou em Bangkok, na Tailândia, onde fomos apanhar o avião para a Europa, mas aproveitámos para passar uma noite e um dia. Desta não posso falar muito… apenas dizer que começou com uma atribulada viagem de comboio até ao hotel, em que uma senhora, que apenas falava tailandês, passou todo o tempo a levantar e a baixar a minha pesada mochila e a insistir para eu digitar o meu número no seu telemóvel. Como não teve sucesso deu-me um papel com os seus contactos!
Fiquei surpreendida com a noite desta cidade. Prostituição, muitos shows de sexo, pessoas que se ameaçam e que se enganam. A contrastar, os templos são lindíssimos, sem dúvida dos mais bonitos que já vi!
Curiosamente, esta experiência fantástica acabou no meu dia de aniversário que, pela primeira vez, durou 30 horas! Iniciei o dia em Bangkok e terminei-o em Lisboa, cuja diferença horária são de seis horas!
Não menos importante para o sucesso desta aventura, muito pelo contrário, foi a minha companheira de viagem que, apesar de não ser muito dada à bicharada, esteve sempre apostos para o que desse e visse. Uma verdadeira companheira de viagem/aventura!
Nota: Este texto foi feito com base em outro que escrevi assim que regressei. Qualquer semelhança não é pura coincidência!
Os raios de luz que entram por entre o estore do quarto, o escuro e o silêncio que me transmitem paz e me permitem refletir e o som do despertador que insiste em lembrar que está na hora de acordar e que tudo nasce de um novo amanhecer.
Nem pensar em me levantar já! Volto-me para o outro lado e abraço a almofada com toda a força do mundo. A história repete-se a cada manhã… Levanto-me e na azáfama da luta contra o relógio, abro os estores, ligo o rádio bem alto e entre espreguiçadelas, bocejos, cantorias e passos de dança digo bom dia ao mundo.
Bolas, está quase na hora de sair de casa e ainda estou nestes preparos! Arranjo tudo o que há para arranjar, tomo o pequeno-almoço e saio na correria. Mas onde é que deixei o carro ontem?! Ah já sei!
Digo bom dia à Dna Madalena, uma doce velhinha de 90 anos, que àquela hora já está à janela do seu R/C a ver quem passa, e sigo. Pelo caminho encontro o rapaz mais porreiro do bairro e com quem tanto gosto de conversar. Logo agora que não tenho tempo! Aceno, sorrio e continuo. “Então miúda?! Estou a ver que estás de volta ao trabalho!”, ouço.
Verdade, após dias e dias de ausência, está na altura de voltar, ainda assim com tantos sonhos e outros projetos pessoais e profissionais por concretizar! Entro no carro e enquanto conduzo lembro-me que o sonho comanda a vida, que querer é poder e que acreditar e pensar positivo é meio caminho andado para conseguirmos tudo o que queremos. Não tivesse eu lido tantos livros de autoajuda!
Ponho a música bem alta e entre cantorias, buzinadelas e pensamentos menos bonitos sobre os condutores da frente, do lado e arredores vou arrumando as ideias e fazendo a lista de prioridades para o dia. Assusto-me com o som estridente e ensurdecedor da campainha do elétrico, aquele que tanto caracteriza os bairros típicos de Lisboa e que os turistas tanto gostam. Já devia estar mais que habituada!…
Finalmente chego ao trabalho e a horas! Ligo o computador, bebo um café… O elevado número de emails, recados e os cumprimentos mais efusivos de alguns colegas, que me perguntam se estou bem e o que tenho andado a fazer, fazem-me perceber que tudo voltou a ser como antes:
Mente barulhenta, inquietude, curiosidade, vontade de ver e viver tudo, ideias que brotam do nada, ideias que se misturam, que se entrelaçam. Desabafos, histórias e mais estórias. Textos que surgem e que “desaparecem” sem que alguma vez alguém os tenha lido.
E agora às perguntas “quando é que crias um blog?” ou “o que é que fazes aos textos que escreves?”, já posso responder “finalmente, tenho um blog”!