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Categoria: Cultura

GOD: a comédia divinal protagonizada por Joaquim Monchique

Joaquim Mochique, o talento maior da comédia portuguesa, fez anos na passada sexta-feira, dia 23 de agosto, e, para assinalar este dia, ofereceu aos seguidores da sua página de facebook bilhetes para a “conferência divinal” God, em cena no Teatro Villaret. Para tal, bastava responder à questão: “Qual o autor de God?”

Eu tive a sorte de ser uma das felizes contempladas e à hora marcada lá estava, para pela segunda vez assistir à comédia God. Mais uma vez, pude ver e ouvir Deus descer à terra, na pessoa de um dos meus ídolos da comédia portuguesa, que, como era de esperar, esteve mais do que à altura deste desafio divinal. A Ele juntaram-se os anjos Miguel e Gabriel, interpretados por Diogo Mesquita e Rui Andrade, com o objetivo de alterarem o rumo da humanidade, para tornarem a vida terrena mais agradável.

Naquela noite, na sala do Teatro Villaret, os 10 mandamentos foram outros e as explicações sobre a origem de tudo muito mais divertidas e corriqueiras do que aquelas que por várias vezes já nos foram contadas em missas de tardes domingueiras. Joaquim Monchique, ou melhor Deus, respondeu com humor e irreverência às grandes questões da humanidade,  dirigindo-se concretamente aos portugueses.

Desengane-se quem pensa que, durante este momento de muitas gargalhadas, passadas entre o terreno e o divino, não foram enviadas mensagens importantes de vida, que ficaram a ecoar na memória de quem assistiu a esta peça. Disfarçadamente, enquanto espalhava a palavra divina de cima do palco do Villaret, o comediante deu a conhecer à plateia os seus novos 10 mandamentos, terminando com um (10.º mandamento) “Acreditarás em ti próprio”.

Parabéns Joaquim Monchique e obrigada pelo presente!

A peça está em cena no Teatro Villaret, em Lisboa, até dia 22 de setembro. Entre os dias 26 de setembro e 20 de outubro, God vai estar no Teatro Sá da Bandeira, no Porto.

Scratching Surface

“Scratching Surface” é um dos murais criados, em 2007, pelo português Vhils, em parceria com o artista norte-americano Shepard Fairey, na zona da Graça, em Lisboa.

O sapo que vira príncipe

Todos os dias, por volta das 8h45 – se eu não me atrasar – o Sr. Sapo desperta a minha atenção e interrompe o raciocínio da minha atribulada mente barulhenta para me fazer um aceno e me desejar bom dia!
Hoje, no regresso, resolvi parar e retribuir a gentileza – “boa noite Sr. Sapo!” Quem sabe amanhã não encontre um príncipe!

Curiosidade:
Esta foi a primeira peça da série de trabalhos Plastic Trash Animals de Bordalo II, feita na rua, no âmbito da sua exposição individual, ATTERO by BORDALO II, à qual deu o nome de “Plastic Frog”.
O artista assumiu esta exposição  como um comentário à nossa sociedade consumista e à forma como exploramos, muitas vezes de forma abusiva, os recursos que a Natureza nos dá.

“Mais respeito que sou tua mãe” uma peça a não perder

Fotografia tirada do Facebook de Força de Produção

“O que importa é que estamos todos juntos e todos bem”. Foi esta a mensagem que – o grande em tamanho e enorme em talento – Joaquim Monchique nos deixou no final da peça “Mais respeito que sou tua mãe”, em cena no Teatro Villaret, até agosto.

Sob a pele de Esmeralda Bartolomeu, uma mulher humilde, de bairro, sem estudos e com pouco dinheiro, Joaquim Monchique mostrou-nos que ser mãe, dona de casa e o pilar de uma família – três filhos, o marido e o sogro – nem sempre é fácil.

Durante duas horas de humor e muitas gargalhadas, foi-nos contada a história de uma peculiar família da Baixa da Banheira, em que a personagem de Joaquim Monchique luta pela sobrevivência, educação e bem-estar dos seus, tendo de lidar com um marido desempregado e fanático por futebol, um sogro bastante idoso e  viciado em marijuana, tanto quanto o seu filho mais novo. Uma filha adolescente, também ela problemática e muito sabida para a idade e o filho mais velho, o bem comportado, que frequentou a faculdade, mas que, entretanto, se assume como gay. Mais tarde deixa de o ser e constitui família.

Várias vezes durante a peça, entre cenas, Esmeralda Bartolomeu surge na escuridão de uma sala, sob um forte foco de luz, aproxima-se o mais possível do público, confidencializando os sentimentos, medos e dúvidas de uma mulher, mãe, sogra… Foi sobretudo nestes momentos, mas durante as duas horas de muito humor, que mais uma vez voltei a ver a grandiosidade deste ator e o respeito que merece por todo o talento que tem.

No meio de todos estes problemas e da já referida mensagem final que nos deixou  – “O que importa é que estamos todos juntos e todos bem” -, ficou bem patente que com o seu esforço, carinho e amor maior de Mãe, Esmeralda Bartolomeu é fator de união desta desestruturada e muito divertida família portuguesa.

Uma peça de morrer a rir a não perder!

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