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Vai uma “massagem com alma” e energia positiva?!

O ritual é praticamente sempre o mesmo. Ambiente escuro, iluminado por luz de velas, música relaxante… Perfeito para descontrair! Sou recebida pela simpática, doce e sorridente Patrícia Caldeira, massagista, que me dá dois beijinhos e me pergunta como estou. Tiro a roupa, deito-me na marquesa e lá começa a tortura… Uma tortura boa, que me deixa bem mais leve, descontraída, feliz e sem dores nas costas! A massagem nem sempre é boa, dói. Mas a verdade é que resulta! “Ai, este pescoço está péssimo!”, diz quase sempre, mas acrescenta também que, ainda assim, estou muito melhor. E eu sei que estou, sinto!

Esta última sessão, teria sido “igual a todas as outras” se no final não tivesse ficado a conversar com a massagista da Gémeos Academia, em Lisboa, que me explicou todos benefícios da massagem de recuperação, tanto a nível físico, como emocional e energético. Isso mesmo, emocional e energético!

Considera que a massagem é a sua vocação e, cá só entre nós, eu acredito! Massagista, mas também psicóloga, Patrícia Caldeira tem 35 anos, está nesta área há 14 e, tal como explica, durante cada sessão trabalha para libertar as contraturas, distensões, luxações e “nós” musculares dos seus clientes, mas não só. Faz muito mais que isso! Ajuda a pessoa a libertar as suas emoções negativas, permitindo a fluidez energética.

“Tudo o que sentimos tem consequências físicas. As emoções negativas são as que mais reprimimos e quando não trabalhadas acabam por gerar problemas como stress, ansiedade, depressão, esgotamento, ataques de pânico, cansaço, insónias, pesadelos, enxaquecas, medos, raiva, obesidade, mente confusa, fazendo com que percamos toda a nossa energia e conexão com o nosso interior”, explica Patrícia Caldeira.

Acrescentando que tudo isto vai originar também dores musculares e nas articulações, nós, contraturas, massas físicas, sobretudo na zona do pescoço e omoplatas. “São resultados de emoções mal resolvidas, que se refletem no nosso corpo.” Estes sintomas são agravados, no dia-a-dia, pela nossa postura e esforço no trabalho e em casa.

“Todas as sensações que se geram com o coração vão bloquear o mesmo chakra –  núcleo de absorção de energia – nas costas, diminuindo assim a fonte de energia da pessoa e criando os tais nós na dorsal, até ao pescoço”, explica.

Durante uma sessão é possível libertar as emoções negativas e absorver as positivas, que nos são transmitidas pelo profissional, daí “a importância do toque do massagista”.

“Imagina o que seria teres uma pessoa fria, nervosa e irritada a fazer-te uma massagem! Quando há toque, há troca de energia e um bom profissional tem de passar bons sentimentos e ajudar a libertar a emoção negativa”, exclama Patrícia.

Massagem atua a nível emocional e físico

A massagem de recuperação da Patrícia atua ao nível do corpo emocional e físico, libertando tensões musculares, que comprometem o bem-estar e a saúde.

Com as “suas mãos de fada”, pelas quais é tão conhecida, a Patrícia desfaz os “nós” físicos que estão a fazer pressão sobre determinado chakra, tendo a pessoa uma sensação imediata de leveza.

“Quando desfaço um nó liberto a emoção que o provocou, que pode ser de raiva, de tristeza…”, afirma, acrescentando que todo este processo é inconsciente para o cliente. “Esta é uma forma de trabalhar a parte emocional e a física. Porém, as pessoas não têm noção deste lado psicoterapêutico da massagem”, indica. E acrescenta: “Normalmente, pensam que, ao fazer a massagem e ao tirarem os nós, ficam bons. Não é bem assim, porque voltam a ter a mesma semana, as mesmas emoções e sentimento.”

Patrícia Caldeira trabalha também a respiração durante a sessão, que contribui para a, já tão referida, libertação de emoções e tensões acumuladas, denominadas de stress emocional.

A massagem regular ajuda não só a limpar as emoções negativas presentes, como a prevenir que novas emoções se instalem fisicamente.

Em suma, a massagem de recuperação – ou a “massagem com alma” da Patrícia – ajuda na recuperação muscular, melhora a mobilidade e a elasticidade, ajuda na remoção do ácido lático, em caso de se tratar de uma pessoa que treine diariamente, e liberta as emoções negativas.

“Além de tudo isto há, ainda, as emoções positivas que a massagem gera, como a alegria, a leveza, o conforto”, acrescenta.

E conclui: “Nós, massagistas, aprendemos a trabalhar a nossa própria energia e a libertar muita da emoção negativa que soltamos.”

Massagista por paixão e vocação

“Ser massagista é ter o dom de curar com as mãos e isso para mim é uma bênção”, afirma a doce massagista ao falar da sua profissão. Patrícia tirou um curso de técnica auxiliar de Fisioterapia, em 2004, e concorreu a um concurso público para massagista no Estádio Universitário de Lisboa, onde trabalhou durante 10 anos. “Penso que desenvolvi uma massagem mais forte porque comecei logo a trabalhar com homens, atletas, com muitas contraturas.”

Mais tarde, decidiu tirar outro curso: “Com o meu trabalho como massagista fui percebendo que as pessoas têm muita necessidade de falar e que vão desabafar com alguém que não seja conhecido, porque podem falar de tudo. Achei que gostavam de conversar comigo, que podia aprender mais e que fazia todo o sentido tirar um curso de Psicologia.” Tirou a licenciatura e o mestrado.

Considera que este segundo curso foi uma mais-valia para si, também, enquanto massagista. “Não tinha tanta noção do lado físico-emocional do tratamento da massagem.”

E termina: “Gosto de ser psicóloga, de trabalhar com grupos, mas ser massagista dá-me aquela gratificação maravilhosa de ver que determinada pessoa que um dia entrou no gabinete com uma dor enorme, muito triste, abatida e cheia de emoções negativas, passado dois ou três meses é outra. Muito mais feliz!”

Patrícia Caldeira trabalha como massagista na Gémeos Academia, em Lisboa, às quartas-feiras e sábados. Para marcar ou para mais informações basta contactar este espaço ou enviar um email para patricia_caldeira@sapo.pt e seguir a sua página de Instagram.

Peso das mochilas não provoca escoliose

A escoliose é uma deformidade em que existe uma curvatura lateral da coluna no plano frontal. Embora em regra seja mais evidente um desvio da coluna para um dos lados, a escoliose é uma deformidade tridimensional da coluna, com rotação e desvio em vários planos.

Nuno Neves, ortopedista

A sua causa é, na maioria dos casos, desconhecida e por isso não é possível preveni-la. A escoliose afeta principalmente mulheres saudáveis na adolescência (escoliose idiopática adolescente) e em idades mais precoces: escoliose idiopática infantil (antes dos três anos) e escoliose juvenil idiopática (entre os três anos de idade e a puberdade). Estima-se que esta deformidade afete cerca de 2 a 3 por cento dos adolescentes.

Embora a causa da escoliose permaneça desconhecida, o seu desenvolvimento não tem sido relacionado a fatores nutricionais ou posturais, à prática de desporto, ao uso de mochilas ou ao transporte de uma mala pesada.

A escoliose em que se conhece a sua origem está usualmente relacionada com uma doença subjacente, com fatores genéticos e hereditários. Pode estar associada a doenças neuromusculares (como a paralisia cerebral) ou doenças do tecido conjuntivo (como o síndrome de Marfan). Quando a escoliose é secundária a uma malformação vertebral, é conhecida como escoliose congénita.

O problema mais importante relacionado com a escoliose é a progressão da deformidade e os efeitos colaterais resultantes, como distúrbios respiratórios.

Os principais sinais de alerta são os ombros a alturas diferentes, uma das ancas mais levantada, cintura desigual, inclinação do corpo para um dos lados e proeminência da grelha costal (bossa torácica) ao fletir a coluna para a frente.

Após a deteção da doença (onde os pais e professores desempenham um papel importante), a criança ou adolescente deve ser seguido por um especialista médico. A confirmação do diagnóstico e o acompanhamento geralmente são feitos por métodos radiológicos.

As escolioses com menos de 20-25 graus exigem apenas uma vigilância regular até à conclusão do crescimento da coluna vertebral. Em escolioses com uma curvatura entre os 20-25 e os 40-45 graus em adolescentes que ainda não terminaram o seu crescimento, o uso de um colete pode ser recomendado para impedir o agravamento da curva.

O tratamento deve ser individualizado e deve ter em conta o risco de progressão da deformidade. O exercício e a fisioterapia não reduzem a magnitude da curva ou o risco de progressão, mas essas opções podem ser usadas como terapia coadjuvante para melhorar a postura e fortalecer os músculos.

A cirurgia, quando necessária, destina-se às escolioses mais graves (cerca de 1 em cada 5000 casos). O procedimento cirúrgico é feito com recurso a anestesia geral e geralmente obriga a um regime de internamento entre 4 a 7 dias.

A SPPCV foi fundada em 2003 com o objetivo de promoção, estudo, investigação e divulgação das questões inerentes à problemática da prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias da coluna vertebral. Para mais informações consulte http://sppcv.org/

Artigo escrito por Nuno Neves, ortopedista e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV)

Muito para além da pele

Naquele dia acordou com uma dor forte nas costas. Não era habitual, mas como fazia desporto e dança pensou que não passava de um mau jeito e resolveu parar por uns dias. Catarina era jovem. Tinha 29 anos, mas aparentava muito menos, uns 22! Talvez pela sua forma de ser, de vestir, de estar. Era ativa, comunicativa, tinha mil hobbies, muitos amigos e estava a passar por uma ótima fase. Tinha um emprego novo e estava apaixonada por um dos instrutores do ginásio que frequentava e com quem andava a sair.

Dentro das suas formas curvilíneas, encontrava-se numa excelente forma física. De cabelo castanho, liso, mas com alguns jeitos, pestanuda e sempre sorridente, Catarina sentia-se feliz e saudável e, durante poucos dias, não se preocupara com o suposto mau jeito que teria dado. Tinha, de vez em quando, umas crises de mau feitio. Personalidades!

Os dias passaram. As dores agravaram. Catarina foi às urgências hospitalares. “Está tudo bem consigo. Basta que tome estes comprimidos e que ponha um emplastro de 12 em 12 horas”. Foi mais ou menos isto que o ortopedista que a examinou lhe disse. Catarina foi para casa e assim fez, mas a dor não passou. A dor piorou!

Infelizmente, a vida não é feita apenas de bons momentos e a de Catarina passou a ser um verdadeiro inferno! As dores eram atrozes, debilitantes, completamente impossíveis de suportar e os médicos não diagnosticavam doença alguma.

Catarina estava a enlouquecer. Sentia que a vida não valia a pena. Não conseguia imaginar-se a  viver assim, limitada, e muito menos suportar tamanha dor por muito mais tempo. Chegou a pensar em desistir de si, mas foi demasiado cobarde para isso!

Procurou mais e mais médicos. Sentava-se à sua frente e apenas conseguia chorar. Compulsivamente. Como quem pedira desesperadamente que a ajudassem. Um dia, foi a um reumatologista e tudo mudou!

Finalmente, encontrou o seu “anjo da guarda”. Alguém que se preocupou realmente consigo, com o seu caso e que, a pouco e pouco, lhe foi devolvendo a paz que perdera há alguns meses. Tempo de mais!

Com cerca de 50 anos, careca e com muito sentido de humor, também o seu reumatologista teve dificuldade em fazer o diagnóstico logo à primeira, mas preocupou-se em, simultaneamente, minimizar-lhe as dores e em fazê-la sorrir, com as histórias cómicas que ia contando ao longo das consultas.

Errou o primeiro diagnóstico, até que Catarina começou a ter manchas na pele! Finalmente descobriu-se: Artrite Psoriática, uma doença inflamatória reumática crónica. O percurso foi longo, muito longo, mas hoje está tudo bem e a doença controlada, apesar dos espaçados surtos.

Passar por momentos tão dolorosos e incapacitantes durante muito tempo não é fácil e descobrir que se tem uma doença crónica, ou seja, para toda a vida, também não. É desesperante!

Catarina tornou-se uma pessoa triste, nervosa, arrogante. Tinha medo da vida e do que viria pela frente! Acordava várias vezes por noite para confirmar que ainda se conseguia mexer e que não tinha mais manchas no corpo! Perdeu “amigos”, talvez por falar muito da sua doença, dos seus sintomas dos seus medos, talvez porque tenha passado a ser chata e desinteressante para eles! Catarina tornou-se uma pessoa revoltada.

Os anos passaram, novas pessoas surgiram na sua vida, umas ficaram outras não, Catarina aprendeu a lidar com a doença, aceitou-a e com o passar do tempo voltou a ser quem era antes. Um pouco mais “adulta”, talvez.

Quem nunca passou por uma história semelhante a esta, independentemente da doença, ou não cuidou e acompanhou de perto alguém com um problema deste género, não tem – e ainda bem – a menor ideia do seu sofrimento. Não percebe porque razão a pessoa é constantemente antipática, arrogante ou o que seja.  É importante lembrar que pessoas como a Catarina estão a travar um longa e muito pesada luta e que não vale a pena entrar em confronto.

Pelo contrário, devemos ter sempre em conta que, mesmo antipáticas, arrogantes, insuportáveis ou seja lá o que for, estas pessoas merecem todo o nosso apoio e respeito. Se tudo correr bem, com o tempo voltarão a ser como antes. Ou quase!

O que é a Psoríase?

A psoríase é uma doença sistémica inflamatória crónica da pele, não contagiosa, que pode surgir em qualquer idade. Afeta 1 a 3% da população.

O seu aspeto, extensão, evolução e gravidade são muito variáveis, caracterizando-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afetam sobretudo os cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo.

Nos casos mais graves, estas lesões podem cobrir extensas áreas do corpo. As unhas são também frequentemente afetadas, com alterações que podem variar entre o quase imperceptível e a sua destruição.

Cerca de 10% dos doentes desenvolvem artrite psoriática. Esta traduz-se por dor e deformidade, por vezes bastante debilitante, de pequenas articulações, como as mãos e os pés, ou grandes articulações, como membros e coluna. Pode manifestar-se também em outros órgãos e sistemas.

A origem da psoríase não está totalmente esclarecida, embora se saiba que é geneticamente determinada e envolva alterações no funcionamento do sistema imunitário, que provocam inflamação e aumento da velocidade de renovação das células da epiderme, a camada mais superficial da pele.

Apesar de não ter cura, a doença tem tratamentos muito eficazes. Se desconfiar que poderá sofrer desta patologia nas suas mais variadas formas dirija-se de imediato a um médico e não desista.

Algumas figuras públicas que revelaram sofrer de psoríase:

Portuguesas: Núria Madruga, Iva Domingues, Noémia Costa e Hélio Loureiro

Estrangeiras: Kim Kardashian, Britney Spears e Cameron Diaz

Mais informações em PSOPortugal

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