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10 cuidados essenciais a ter com os pés dos idosos

Assinala-se, hoje, o Dia Internacional do Idoso

DR.

Os nossos pés são constituídos por uma complexa rede de músculos, ligamentos e articulações, que, ao longo da vida, estão sujeitos a um elevado número de lesões e ferimentos.

Com o passar dos anos, os pés ficam mais suscetíveis a alterações, múltiplas agressões, lesões e doenças, que podem levar a consequências negativas em todo o corpo, caso não lhes sejam prestados os cuidados necessários.

Manuel Portela, podologista

A existência de dores nos pés é frequente, no entanto, não pode ser considerada normal. Uma correta avaliação e estudo da sintomatologia permite, na maior parte dos casos, reduzir significativamente as queixas apresentadas.

Estas situações são um contributo para a diminuição da mobilidade do idoso e para uma série de outras consequências a nível psíquico e social. A intervenção da Podologia pode ajudar na recuperação da funcionalidade do pé e contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida dos idosos.

Entre as principais causas para o surgimento de alterações podológicas no idoso estão a presença de traumas e problemas anatómicos do pé, que com o tempo acabam por ir danificando a sua estrutura; o uso de calçado desadequado ao longo do tempo; o facto da pessoa ter permanecido muito tempo da sua vida em pé; o sedentarismo; e a obesidade.

Além disto, condições como a diabetes ou a doença arterial periférica, que contribuem para a má circulação sanguínea, estão também entre os fatores de grande influência para o aparecimento de doenças dos pés nos idosos.

Um cuidado adequado dos pés dos idosos é essencial. Esta é a única parte do corpo que nos permite caminhar. A incapacidade de deslocação acarreta consequências não apenas para o pé, mas para a saúde em geral.

Cuidados essenciais a ter com os pés dos idosos:

  • Examinar e lavar os pés diariamente
  • Secar bem os pés, especialmente entre os dedos
  • Cuidado com a água muito quente
  • Cortar as unhas em forma reta
  • Estar atento a eventuais alterações do aspeto da unha, como espessura, cor, forma, entre outros
  • Manter os pés sempre hidratados
  • Evitar a aplicação de creme hidratante entre os dedos, para não provocar maceração (pele fragilizada, branca)
  • Adaptar o calçado, optando por um sapato com uma base ampla
  • Os sapatos deformados devem ser substituídos
  • Usar meias de algodão, lã ou derivados, para facilitar a transpiração do pé e evitar a sudação e o odor
ARTIGO ESCRITO POR MANUEL PORTELA, PODOLOGISTA E PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PODOLOGIA

10 cuidados a ter este verão para prevenir infeções nos pés

Os pés estão muitas vezes sujeitos a condições de calor e humidade, nomeadamente pelo uso de calçado fechado, que favorecem o desenvolvimento de fungos responsáveis por infeções. Tal como outra parte do corpo, os pés devem ser cuidados durante todo o ano, contudo, no verão e em tempo de praia e piscina são vários os fatores propícios ao surgimento de micoses e, por isso, é crucial que os cuidados com os pés não sejam esquecidos.

Francisco Oliveira Freitas, podologista

As micoses são infeções altamente contagiosas provocadas por fungos, que se desenvolvem e se reproduzem em ambientes quentes, húmidos e escuros. Para obter energia, estes microrganismos “alimentam-se” de queratina, uma substância presente na superfície da pele, unhas e cabelo. Em circunstâncias normais, os fungos não causam doença, no entanto, se reunidas as condições necessárias à sua proliferação, a infeção pode instalar-se.

As infeções fúngicas estão entre as principais patologias ao nível do pé e a sua incidência aumenta significativamente no verão. Com o aumento das temperaturas, a concentração de transpiração no calçado e a exposição dos pés, em especial na praia e nas piscinas públicas, estão entre os principais fatores de risco.

Ao nível do pé, podemos falar de dermatomicoses e onicomicoses (micoses nas unhas). O pé de atleta é uma das micoses mais comuns no pé e, uma vez que o seu contágio é mais frequente nas piscinas e balneários públicos, pode ser considerado a “doença do verão”. Este problema surge mais frequentemente nos espaços entre os dedos e os seus sintomas incluem vermelhidão, prurido (comichão), inflamação, mau odor e alterações da pele, podendo provocar bolhas, fissuras e descamação da pele. O contágio é favorecido pela água e areia, bem como pela pele seca e fissurada dos pés, um problema também comum nesta altura do ano.

Já a onicomicose, responsável por mais de metade das doenças que afetam as unhas, pode provocar a alteração da coloração, deformação, engrossamento da unha e dor. Em certas situações, poderá verificar-se o descolamento da unha do leito ungueal. A dor poderá ser agravada pela pressão exercida pelo calçado.

O tratamento dependerá do tipo de fungo e da gravidade da micose, tal como do estado de saúde da pessoa, sendo muitas vezes necessária a prescrição de medicamentos de uso tópico e comprimidos de ingestão via oral. No que diz respeito à onicomicose, o objetivo da terapêutica é o crescimento de uma unha saudável, que demora pelo menos 12 meses a crescer desde a raiz até à ponta. Vigiar diariamente os pés permite a deteção dos sinais de infeção e facilita a obtenção de um diagnóstico precoce. Na presença de um ou mais sintomas de micose no pé, o próximo passo é recorrer a um podologista para tratar imediatamente a infeção e evitar que toda a família seja contagiada, uma vez que as micoses podem servir como “portas de entrada” a agentes patológicos causadores de infeções graves.  

Que cuidados devo ter para prevenir o contágio e o desenvolvimento de micoses no pé?

Transpirar dos pés é uma resposta biológica e fundamental para controlar a sua temperatura e manter a flexibilidade da pele, contudo, ao contrário de outras áreas do corpo através das quais pode evaporar facilmente, o uso de sapatos e meias pode levar à retenção de suor. Como o excesso de transpiração é naturalmente mais comum nas alturas de calor, é importante prevenir a concentração de humidade no calçado, que propicia o desenvolvimento de micoses.

Para evitar a exposição aos fungos pelo contacto com superfícies contaminadas, é crucial usar sempre chinelos em locais húmidos. Embora não se possa garantir que evite a 100 por cento a probabilidade de sermos contagiados, usando-os estamos bem mais protegidos contra este tipo de infeções. Doentes com diabetes e com o sistema imunitário debilitado devem ter cuidados redobrados.

De modo a prevenir infeções causadas por fungos, existem algumas recomendações a seguir no sentido de evitar o contacto direto com o fungo e, por outro lado, o desenvolvimento de condições favoráveis à sua proliferação, nomeadamente durante a estação mais quente do ano:

  • Usar sempre chinelos nas zonas de banho, como piscinas e balneários públicos;
  • Escolher calçado arejado e que permita a ventilação do pé;
  • Colocar os sapatos a arejar num local ventilado e iluminado e aguardar, pelo menos 24 horas, antes de calçar os mesmos sapatos novamente;
  • Preferir calçado em pele e meias de fibras naturais (preferencialmente de algodão);
  • Manter uma higiene cuidada do pé, lavando os pés com sabão de pH neutro;
  • Secar bem os pés com a toalha, especialmente os espaços entre os dedos;
  • Fazer uma hidratação diária dos pés;
  • Trocar de meias diariamente;
  • Em caso de excesso de transpiração, usar antitranspirante específico para os pés;
  • Não partilhar objetos pessoais, como toalhas, meias ou calçado.
ARTIGO ESCRITO POR FRANCISCO OLIVEIRA FREITAS, PODOLOGISTA RESPONSÁVEL PELO CENTRO DE PODOLOGIA DE FAMALICÃO.

Sinais de problemas psicológicos nas crianças

Assinala-se, hoje, o Dia Mundial da Criança

DR.

Ser criança é ser pequeno em tamanho e grande em sonhos. É ter no sorriso o dom de trazer a felicidade a quem as rodeia. Ser criança é tudo! É ser inocente, é acreditar no mágico, no maravilhoso e no fantástico, mas é, também, ter medos, traumas e frustrações. Por isso, os pais devem estar atentos e informados para que as possam apoiar, sempre que alguma situação coloque em causa o seu bem-estar psicológico.

Como identificar problemas psicológicos nas crianças
Joana Peres Carneiro, psicóloga clínica, lembra que os mais pequenos se exprimem de forma diferente dos adultos: “Têm mais dificuldade na expressão verbal das suas emoções e, por essa razão, manifestam o seu estado emocional através do comportamento e das atitudes.”

Alterações nos padrões de sono e alimentar, enurese (perda involuntária de urina), isolamento, medos repentinos, irritabilidade, baixa capacidade de concentração e de atenção, comentários depreciativos em relação a si e ao seu corpo, comentários relativos à vontade de “desaparecer”, choro sem motivo aparente, sintomas de ansiedade, irrequietude, comportamentos agressivos e autolesivos são, de acordo com a psicóloga, motivos de alerta.

“Os pais devem estar atentos, não apenas quando a criança passa por algum episódio marcante, mas também na existência de sinais que surjam sem motivo aparente. Pequenas e pontuais situações, às quais não damos importância, poderão perturbar a criança e ter um grande impacto na sua vida”, refere Joana Peres Carneiro.

É, no entanto, de realçar que existem reações adequadas a determinados acontecimentos. Sentir tristeza, raiva e ansiedade, perante situações que assim o exijam, “é natural e saudável”.

“Não podemos querer que a criança esteja feliz, quando é suposto estar em sofrimento. Porém, caso os sinais perdurem no tempo, de forma desproporcionada e com intensidade desmedida, ou se limitarem o seu funcionamento, é importante procurar ajuda.”

Situações que podem originar transtornos
Divórcio dos pais, nascimento de um irmão, mudança de casa ou de escola, morte de alguém próximo, pressão relativamente ao desempenho no desporto e às notas escolares, são acontecimentos que podem levar a alguns desajustes emocionais.

Além disso, problemáticas como bullying na escola, maus-tratos físicos e emocionais por parte da família, vício em jogos e sobreexposição nas redes sociais, entre outras, podem obviamente desencadear instabilidade emocional.

Segundo Joana Peres Carneiro, o que para uma criança pode ser encarado de forma normal, sem qualquer alteração no seu equilíbrio emocional e funcional, para outra pode levar a alguma desestabilização. “Todas são diferentes. Desenvolvem-se a ritmos distintos, física e emocionalmente, e não devem ser comparadas entre elas”, salienta a psicóloga.

“É essencial deixarmos as crianças ser crianças e, tanto quanto possível, que tenham apenas as preocupações típicas da idade”, afirma Joana Peres Carneiro. E continua, mencionando que, por vezes, os pais esquecem-se que os filhos são como uma “esponja”. Ou seja, que absorvem tudo o que ouvem e veem, quer seja bom ou mau. Trata-se situações ansiogénicas e perturbadoras, uma vez que não estão ainda aptos para as entender e gerir internamente

Ajuda profissional
Joana Peres Carneiro salienta que os pais devem ter tempo para os filhos. “A criança deve sentir que a mãe e o pai se preocupam, que querem saber de si e que estão sempre dispostos a ouvi-la. Assim, vão ter confiança para partilhar algumas das coisas que sentem e, pelas quais, possam estar a passar.

“Saber que pode contar com os seus pais e que não vai ser ridicularizada, culpabilizada, nem comparada com o irmão ou com outra criança, é meio caminho andado para que não se construam muros internos”, explica a psicóloga.

Mas atenção: se, apesar de tudo, sentir que o seu apoio não está a ser suficiente para manter o bem-estar psicológico do seu filho, por que não recorrer à ajuda de um psicólogo?!

Sempre que verificar que a vida da criança está a ser afetada e a sofrer alterações que colocam em causa o seu bom funcionamento, pode e deve recorrer ao apoio destes profissionais de saúde. Sem tabus!

Além disso, uma ida ao psicólogo pode ser feita como meio de prevenção e não apenas como tentativa de atenuar sintomas. Se considerar que um evento que está na eminência de acontecer – separação dos pais, nascimento de um irmão, mudança de escola -, pode vir a fragilizar a criança, não descarte esta opção.

Foto tirada em Hmong Village, Luang Prabang, Laos

Joana Peres Carneiro, psicóloga clínica:

“A Psicologia é fascinante no que toca à interpretação de comportamentos e de palavras”

Joana Peres Carneiro desenvolve o seu trabalho, em contexto privado, com crianças, adolescentes e adultos, assim como numa instituição de apoio a crianças em risco, vítimas de maus tratos psicológicos e físicos, de abusos e de negligência.

Histórias – Por que razão se formou em Psicologia?
Joana Peres Carneiro (JPC) – Decidi que queria ser psicóloga aos 14 anos. Na altura, acreditava que ia ser capaz de interpretar o que as pessoas pensavam só de olhar para elas e para o que faziam.

Depois, percebi que, de facto, a Psicologia é fascinante no que toca à interpretação de comportamentos e de palavras, mas que pode ser muito mais do que isso! A Psicologia é uma grande ajuda ao outro, ao seu bom desenvolvimento, bem-estar e equilíbrio, além de que se enquadra em qualquer contexto!

Histórias – E a área das crianças como é que surgiu?
JPC – Entrou na minha vida através dos estágios académico e profissional. Mais tarde, acabou por ocupar a grande maioria da minha vida profissional. É uma área interessante e extremamente gratificante.

Muitas vezes, é também um desafio, pois não trabalho apenas com a criança, mas em tríade, com os pais, que são motores fundamentais para que este trabalho clínico chegue a bom porto.

Histórias – Qual o papel da Psicologia Infantil?
JPC – O trabalho do psicólogo passa por identificar o que se passa com a criança e, à semelhança do que deve acontecer com o adulto, por estabelecer uma relação de confiança. Através do lúdico (brincadeiras e jogos), de conversas e de desenhos são identificadas e interpretadas as dificuldades da criança. O objetivo é desbloqueá-las e tornar o mundo da criança mais suportável e leve.

Histórias – Que tipo de apoio é dado aos pais, para que possam compreender e acompanhar melhor os seus filhos?
JPC – Neste trabalho clínico é fundamental o envolvimento dos pais. Se a criança perceber que a sua ida às consultas de Psicologia não é valorizada, possivelmente também as vai desconsiderar, prejudicando o seu envolvimento na relação terapêutica.

Desde que os pais sejam colaborantes, é fácil e benéfico envolvê-los no processo, pois será uma equipa a trabalhar para um bem comum: a criança. Cada um tem um papel fundamental, nunca esquecendo que aquele é o espaço e o tempo da criança, que não deve ser invadido e, sim, respeitado.

Muitas vezes, são necessárias sessões pontuais com os pais, onde são abordados assuntos relacionados com a criança e realizada a devolução do estado do processo psicológico. Contudo, sempre sem quebrar o sigilo daquilo que é falado entre o psicólogo e a criança. Estas sessões servem também para orientar os pais e dar-lhes algum aconselhamento parental.

10 recomendações para uma boa noite de sono

Assinala-se hoje o Dia Mundial do Sono

Sabias que 46% dos portugueses com idade igual ou superior a 25 anos dormem menos de 6 horas por dia? Que 21% dizem que demoram mais de 30 minutos para adormecer? Que 32% consideram ter um mau sono? E que 40% reportam dificuldade em manter-se acordados durante a condução e outras atividades diárias?

Pois, é verdade! Estes são dados de um questionário realizado online pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e pela Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho que abrangeu uma amostra de 643 portugueses com idade igual ou superior a 25 anos e que  estão a ser  agora divulgados, no âmbito do Dia Mundial do Sono.

Tendo em conta estes resultados, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia divulgou um vídeo onde as médicas Susana Sousa e Sílvia Correia alertam para os riscos das noites mal dormidas e para os maus hábitos de sono repetidos ao longo da vida e deixam algumas recomedações para que os portugueses possam dormir melhor.

Não deixes que a noite te estrague o dia, segue estas 10 recomendações para uma melhor noite de sono: 

– Evita cafeína, álcool e nicotina 4 a 6 horas antes de dormir
– Mantém a temperatura do quarto a 18/19 graus
– Mantém o quarto escuro e livre de ruídos
– Tem um colchão e uma almofada confortáveis
– Dá preferência à leitura e não utilizes tablets, telemóveis ou outros dispositivos eletrónicos antes de dormir
– Toma um banho de imersão cerca de duas horas antes de ires para a cama
– Pratica exercício físico, mas evita o final do dia (pelo menos 3 horas de intervalo antes de dormir)
– Mantém horários regulares de sono, evitando variações na hora de dormir e acordar
– Mantém-te à luz solar de manhã, mas evita a exposição à luz intensa durante a noite
– Evita refeições pesadas ou picantes ao jantar

Enfarte do miocárdio vitimiza quase duas mil mulheres por ano

Assinala-se hoje o Dia Internacional da Mulher

Artigo de Opinião de Elisabete Jorge, Cardiologista de Intervenção e membro da Comissão Científica da Campanha Cada Segundo Conta

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal. Em 2017, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, morreram 1917 mulheres com enfarte agudo do miocárdio.  A obstrução das artérias do coração por placas de gordura (a doença coronária) pode manifestar-se de várias formas, desde dor no peito em esforço, até ao perigoso enfarte agudo do miocárdio e à dramática morte súbita. Os fatores de risco são bem conhecidos e potenciam-se entre si, fazendo com que pequenas elevações em vários parâmetros condicionem em conjunto um maior risco.

O controlo eficaz dos seguintes fatores de risco e a implementação de um estilo de vida saudável podem reduzir em 80% a incidência de enfarte agudo do miocárdio, nas mulheres:

  1. O tabagismo é o fator mais importante para o desenvolvimento de doença coronária e causa 50% das mortes evitáveis. Nos fumadores o risco é 60-70% superior aos dos não fumadores. O tabaco deve ser evitado em absoluto, pois não há nenhum nível de exposição que seja considerado seguro. Deixar de fumar é a medida mais eficaz para reduzir o risco de doença coronária.
  2. Na diabetes existe excesso de açúcar no sangue. Isto acontece quando o pâncreas não produz insulina suficiente e/ou quando esta não atua eficazmente, esta última forma associada ao excesso de peso e ao sedentarismo. Esta doença necessita de ser bem controlada de forma a evitar complicações, nomeadamente cardíacas, pois estas são a principal causa de morte nos diabéticos.
  3. Portugal tem uma realidade dramática em relação à hipertensão arterial (HTA). Em geral, a pressão arterial deverá ser <140/90 mmHg. É fundamental um cumprimento rigoroso da medicação e uma redução do sal na alimentação.
  4. A dislipidémia corresponde a um aumento do colesterol, dos triglicerídeos ou de ambos. A redução das gorduras na alimentação e o cumprimento rigoroso da medicação (“estatinas”) são fundamentais para o seu controlo.
  5. A obesidade ocorre quando o número de calorias ingerido é superior ao que é gasto, sendo armazenadas em gordura. Esta associa-se à diabetes, dislipidémia e HTA que, no seu conjunto, aumentam o risco de enfarte agudo do miocárdio. Uma dieta pobre em gorduras saturadas e baseada no consumo de vegetais, fruta e peixe – a dieta mediterrânica – é fundamental na prevenção cardiovascular.
  6. O risco de desenvolver doença cardiovascular aumenta 50% nas pessoas que não praticam atividade física. Recomenda–se a prática de 30 minutos/5x por semana de exercício aeróbico de intensidade moderada ou 15 minutos/5x por semana de exercício de elevada intensidade. O exercício diminui a pressão arterial, os níveis de colesterol, melhora os níveis de açúcar, reduz o peso e melhora o bem-estar psicológico.

Para aumentar a consciencialização para o enfarte agudo do miocárdio, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover a campanha Cada Segundo Conta, uma iniciativa que tem como objetivos promover o conhecimento e compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular. Para mais informações consulte: www.apic.pt

Voluntariado com “meninos especiais”: uma lição de vida

Recentemente vivi uma experiência inesquecível, porém muito difícil de traduzir em palavras… Aliás, talvez consiga resumir todos os meus sentimentos num único: gratidão! Passei parte dos meses de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019 em Cusco, no Peru, num projeto de voluntariado na Kusi Wasi (Casa Feliz, em Quíchua), um lar para meninos com necessidades especiais e em situação de abandono e maus tratos.

Se podia ter optado por crianças saudáveis? Podia. Se teria sido mais fácil? Nos primeiros dias, com certeza. No entanto, não teria vivido o que vivi, aprendido o que aprendi, sentido o que senti, nem recebido o carinho e o amor que recebi.

Tratam-se de crianças com problemas mentais e/ou físicos, que viveram situações de abandono, maus tratos físicos, abusos sexuais, entre outros. Meninos com histórias de vida tão difíceis, que passaram por situações impensáveis, tão feias… Meninos sofridos, carentes, doentes, com necessidades várias. E, por incrível que pareça, meninos tão ternos, tão meigos, tão… tudo. Crianças que, inconscientemente, exigiram tanto de mim, mas que deram tão mais de si!

Voltei com o coração apertado e já cheia de saudades dos meus “bebés”, com a sensação que o tempo passou ainda mais rápido que o normal e com uma vontade imensurável de regressar. Voltei uma pessoa melhor (espero) e com uma visão muito diferente da vida.

Como não consigo falar muito mais sobre a Kusi Wasi, uma das casas da Asociación de las Bienaventuranzas (ADLB), conversei com o seu diretor, Genaro Bustamante:

“Os voluntários ajudam muito na estabilidade emocional das nossas crianças”

Histórias – Conta-me um pouco da história da Kusi Wasi e da ADLB?
Genaro – 
Somos uma obra de amor que nasceu no coração de Deus, fundada pelo padre Omar Sánchez Portillo. A ADLB situa-se em Tablada de Lurín, Villa María del Triunfo, em Lima, e está, desde maio de 2016, em Cusco, como Kusi Wasi. Trata-se de um espaço que acolhe quem nada tem, quem mais precisa e quem se sente abandonado e sozinho.

Genaro com algumas das crianças da Kusi Wasi

Histórias – Quais os principais objetivos?
Genaro –
 Dar abrigo, cuidados e desenvolvimento integral a estas pessoas, bem como responder às suas necessidades materiais, educacionais, médicas, emocionais e espirituais, sejam crianças, adolescentes, jovens, adultos ou idosos. Todos eles portadores de doença mental, deficiência ou com necessidades especiais de educação e em situação de pobreza extrema, abandono, vítimas de discriminação, de violência e de exclusão social.

Histórias – Atualmente, a Kusi Wasi acolhe apenas crianças e jovens. Quantos vivem neste espaço e qual média de idades?
Genaro –
 Temos 23 crianças e jovens, 8 meninos e 15 meninas. A faixa etária está entre os 8 e os 27 anos.

Histórias – Quais as principais doenças/problemas?
Genaro –
 Temos diferentes tipos de patologias e em todas as suas escalas, deficiência mental, autismo, trissomia 21, esquisofrenia, convulsões, entre outros.

 Histórias – Quantas pessoas trabalharam na Kusi Wasi?
Genaro –
 Somos uma equipa de seis pessoas.

Histórias – Quais são as principais necessidades da Kusi Wasi?
Genaro –
 Alimentação, limpeza e higiene pessoal, materiais de trabalho para realizar as atividades de desenvolvimento motor e educacional e medicamentos – uma vez que a maioria toma fármacos psiquiátricos e/ou anticolulsivos.
Precisaríamos, também, de contratar um professor de espanhol para os que não podem ir à escola. No entanto, não temos verbas para pagar.
Outra grande necessidade, que para nós é muito importante e queremos que este ano se torne realidade, é conseguir fundos para poder construir uma nova casa Kusi Wasi, num terreno de 8 mil metros quadrados, que foi doado ao padre Omar, em 2018. A casa onde estamos atualmente é alugada, pequena e não nos permite ajudar mais pessoas.

Histórias – De que forma podemos ajudar?

Genaro – Com todos os tipos de doações, sejam materiais ou financeiras. Através do nosso site ou da nossa página de facebook. Assim como com um pouco do seu tempo, ajudando nas tarefas diárias e nas atividades da casa.

Histórias – Qual a importância do voluntariado para a Kusi Wasi?
Genaro –
 O tempo dedicado às crianças faz com que se sintam amadas. Os voluntários ajudam muito na estabilidade emocional de cada um deles. Brincando, abraçando, dançando, etc. Também dão muito apoio no que respeita às atividades de desenvolvimento da motricidade.

Histórias – Consideras que os voluntários chegam à Kusi Wasi preparados para encontrar e ajudar estas crianças?
Genaro –
 São muito poucos os voluntários que vêm preparados! Ao início, quase ninguém sabe como reagir, mas basta vir com o desejo de ajudar, de dar amor e de abrir o coração para o receber também.

Histórias – O que é que um voluntário deve saber antes de iniciar o seu projeto na Kusi Wasi?
Genaro –
 Ao início é difícil, mas com o tempo o voluntário aprende e passa a sentir-se parte de tudo!
De qualquer forma, seria bom que se informasse sobre as patologias mencionadas, que trouxesse ideias de atividades para trabalhar com as crianças e que se lembre que a maioria nunca andou numa escola, não tem formação e foi vítima de abuso físico, psicológico e sexual, exploração infantil, entre outros.

Histórias – És jovem, tens 29 anos. Há quanto tempo estás ligado à Kusi Wasi?
Genaro –
 Desde janeiro de 2018. Estive 9 anos no projeto em Lima. O padre Omar precisava de uma pessoa de confiança, que se encarregasse da missão da Kusi Wasi, e falou comigo. Não pude recusar e aqui estou como diretor, procurando o melhor para a Kusi Wasi, em benefício das crianças.

Histórias – O que significa para ti poder ajudar estas crianças e ter um papel tão importante nas suas vidas?
Genaro –
 Só posso agradecer a Deus. Isto é a minha vida. Há muito tempo que pus os meus planos pessoais de lado e decidi ficar na ADLB. É maravilhoso o poder dos meninos de Lima e de Cusco… Mudaram totalmente a minha vida e ensinaram-me a dar amor desmedidamente.

Histórias – Projetos futuros?
Genaro –
 A nova casa. Queremos ampliar o espaço, para hospedar mais crianças e jovens, mas também adultos e idosos, todos com necessidades especiais em situação de abandono.
É uma grande necessidade em Cusco. Temos recusado muitos casos por questões de espaço, o que nos afeta muito, porque sabemos que precisam de nós. Queremos ter quartos adequados às necessidades, áreas de trabalho para os jovens, escola, gabinetes médicos e de terapia e dormitórios para os voluntários.
Gostava que tivesses conhecido o espaço de Lima, para que pudesses ter uma ideia daquilo que queremos desenvolver em Cusco!**

Obrigada Genaro! Com certeza, voltarei para conhecer o espaço em Lima e espero encontrar a “nova Kusi Wasi” a funcionar em pleno!

Por último, mas não menos importante, devo dizer que fiz este projeto de voluntariado através da Iko Poran Volunteer Abroad, uma organização de voluntariado internacional sem fins lucrativos, com sede no Rio de Janeiro, Brasil, a quem devo também agradecer, na pessoa do seu diretor, Luis Felipe Murray, por todo o seu profissionalismo, atenção, acompanhamento e disponibilidade.

Tal como foi referido, a Kusi Wasi passa por diversas necessidades, tanto financeiras, como de material e de recursos humanos e toda a ajuda é bem-vinda. Apoiem a associação, fazendo um donativo através de https://asociacionbienaventuranzas.org.pe/ ou https://www.facebook.com/AsociaciondelasBienaventuranzas/.

É muito importante e os nossos príncipes agradecem!

Hasta luego, Cusco

“A saudade é a voz que grita ‘fica’ na hora da partida”

Partir não é fácil, sobretudo quando deixamos pessoas, projetos e formas de estar e de viver que tanto gostámos de experiênciar, mesmo que por pouco tempo.

Paisagens de sonho, cheiros, sons, sabores, texturas… Abraços apertados que ficam para sempre na memória. Sentimentos.

Hasta luego Cusco. Un dia voy a volver, te lo juro.

Agora é tempo de desfrutar de Lima e dos seus arredores…

Ronda das Almas em Luang Prabang

á lá vão uns meses desde que estive em Luang Prabang, em Laos, mas as recordações continuam vivas. São boas e mais que muitas. O país é pobre, as pessoas humildes, simpáticas e acolhedoras. A pobreza é visível. A solidariedade e a partilha também. A Cerimónia da Ronda das Almas é uma prática budista, realizada desde o século XIV, que consiste na doação de alimentos por parte da população local aos monges e noviços dos mosteiros da cidade.

Vale a pena acordar cedo para assistir, às 5h30, a este “ritual religioso” tão bonito e cheio de simbolismo. Todos os dias, ao nascer do sol, a população junta-se nas principais ruas da cidade para fazer as suas oferendas aos monges. Os alimentos doados são parte da única refeição diária que consomem. Contudo, estes ainda as partilham com quem mais precisa. Arroz, frutas e doces são as doações mais comuns.

Pelo que percebi, para os budistas a cerimónia da ronda das almas é muito mais que uma simples doação de comida ou ato de caridade. De acordo com a sua crença budista, fazer esta oferenda é uma forma de acumular méritos. Para os monges é uma maneira de exercitar a humildade.

Ajoelhados em tapetes ou sentados em pequenos bancos à beira da estrada, homens, mulheres e crianças esperavam a passagem dos monges, que iluminados pelas suas vestes laranja começaram a aparecer silenciosamente. A cerimónia é imponente. Senti respeito, admiração.

São rápidos, passam em procissão, recebem as oferendas, partilham-nas com as várias crianças pobres que se alinham à sua frente, esperando que as redistribuam, e seguem. Muitos deles são também ainda crianças! Pequenos monges que os pais enviam para os templos, para que tenham uma educação melhor e para que a família acumule méritos.

Assistir à ronda das almas foi ter tido o privilégio de ver com os meus próprios olhos o forte senso de comunidade e generosidade desta população. Sentir-me conectada a uma força e energia maiores!

35% dos fumadores tentam deixar de fumar

Assinala-se hoje o Dia Nacional do Não Fumador

DR.

Artigo de opinião de Rui Alves, médico de Medicina Geral e Familiar do Centro de Saúde de Sete Rios

O consumo de tabaco é a principal causa evitável de cancro, doença respiratória crónica e doenças cardiovasculares. O tabagismo continua a ser um dos principais causadores de perda de qualidade de vida e mortalidade prematura. A promoção da cessação tabágica é a melhor forma para reduzir o número de mortes por doenças associadas ao tabaco nos próximos vinte a trinta anos.

Estudos indicam que cerca de 80% dos fumadores expressam vontade de deixar de fumar, no entanto, apenas 5% consegue deixar com êxito e sem ajuda médica. Todos os anos, 35% dos fumadores tentam deixar de fumar, contudo a taxa de sucesso é reduzida.

Deixar de fumar é difícil. Tratando-se de um hábito com dependência física e psíquica, os sintomas de privação do tabaco nem sempre se conseguem ultrapassar sem ajuda. No entanto, sabemos que é quatro vezes mais fácil deixar de fumar com ajuda médica, pois permite controlar e diminuir os níveis de ansiedade durante o processo.

Planear a decisão calmamente e recorrer a ajuda junto do médico de família é essencial, assim como envolver família, amigos e colegas de trabalho em todo o processo. Anunciar a decisão de deixar de fumar vai reforçar e tornar mais simples de cumprir o compromisso que estabeleceu.

Atualmente existem consultas de cessação tabágica nos centros de saúde e hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Recomenda-se assim, que o processo de fumar seja apoiado por uma equipa multidisciplinar, de forma a que seja feito um maior controlo e preparação de todas as situações novas que a pessoa terá de experienciar. É também aconselhado que durante os primeiros 3 meses de cessação, o fumador se concentre apenas na cessação tabágica e melhore ou modifique os seus hábitos de vida, alimentação e higiene do sono, promovendo ainda o exercício físico.

As pessoas que deixam de fumar vivem em média mais 10 anos, reduzem para metade o risco de sofrer de doença cardiovascular, assim como o risco de sofrer de cancro e de doenças respiratórias. Quanto mais cedo for tomada a decisão, maiores serão os benefícios em termos de saúde.

Histórias de encantar… ou não

Num dos passeios que costumo fazer pelo miradouro, fui apanhada de surpresa e entrevistada por um amigo!

Aqui está o resultado, que serve para apresentação do meu blog “Histórias de encantar… ou não”!

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