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Montaña de 7 Colores e Valle Rojo: da exaustão ao êxtase

Viajar é viver uma imensidão de sensações, experiências e emoções. É aprender e crescer interiormente.

Sair da nossa zona de conforto, para conhecer e viver uma cultura diferente, é abrir a mente, passar a ver o mundo de outra forma e abraçar novos valores e perspetivas. Viajar (diferente de fazer turismo) é poder encontrar tudo aquilo que não sabíamos que existia.

O Valle Rojo, no Peru, é um sítio maravilhoso, de uma beleza incrível e quase indescritível. Um local onde estive por acaso, do qual nunca tinha ouvido falar, mas que vai ficar-me na memória para sempre!

Naquele dia acordei por volta das 3h00 da manhã. Estava muito cansada, tinha sono e estava um frio de rachar… Arranjei-me muito à pressa, bebi o habitual chá de coca, para me “defender dos males da altitude” e me aquecer, comi qualquer coisa e sai.

O táxi estava à porta, à minha espera. Edith, a minha “mãe de acolhimento”, fazia sempre questão de chamar um taxista seu amigo para me levar. Afinal, os homens peruanos são “muito machistas” e uma moça indefesa não pode confiar assim e qualquer um! Lembrava-me sempre disso e pedia-me que tivesse cuidado. “Cuidate mucho. Te quiero”, dizia.

Às 4h00, como combinado, estava na Plaza de Armas de Cusco, para me juntar à tour que me ia levar até Vinicunca – também conhecida como Montaña de Siete Colores ou Rainbow Mountain. Dei um beijo de bom dia ao mexicano, que já estava à porta da carrinha a comer um croissant com chocolate, e entrei. Estava muito frio para ficar ali fora a vê-lo comer!

Vinicunca é relativamente perto de Cusco, mas as estradas são péssimas, de terra batida, apertadas, com muitas curvas e com íngremes subidas e descidas, pelo que a viagem foi longa. Mas divertida! À nossa frente estavam três portugueses que, ao ouvir-me falar, se aperceberam da minha nacionalidade e, de imediato, meteram conversa. Que bom que foi poder voltar a falar na minha língua materna. Tinha saudades!

O mexicano fez logo questão de dizer – numa mistura de diferentes idiomas – que tinha vários amigos brasileiros e que também sabia falar português. “Bacana né, bacana. No és asi que se habla en Portugau?!”…

A conversa estava boa e a paisagem lá fora era lindíssima. Montanhas, riachos, llamas, alpacas, glaciares. Cores e mais cores. Mas, a altitude aumentava e o mau estar físico começava a ser geral.

Passadas cinco horas, finalmente chegámos! Porém, tínhamos ainda uma muito longa e difícil caminhada pela frente. Estamos a mais de 4 mil metros de altitude acima do nível do mar. A dor de cabeça e a falta de ar faziam sentir-se, mas seguimos em frente.

Durante cerca de três horas de caminhada coloquei muita coisa em causa. As subidas eram íngremes, o cansaço e a falta de ar eram fortes e a minha cabeça parecia que ia explodir.

Pollo (sim Pollo), o nosso guia, tinha folhas de coca para irmos mascando, oxigénio para quem se sentisse realmente mal e ia recomendando que andássemos devagar. “Isto não é uma competição. Cada um ao seu ritmo.”

E não podia ser de outra forma! Ainda me deitei umas quantas vezes no chão, para recuperar o fôlego. Mas sou forte e nunca precisei de oxigénio! Os peruanos iam passando por nós, para cima e para baixo, em passo de corrida. Muitos já com alguma idade, o que tornava toda a nossa dificuldade um pouco ridícula.

A montanha arco-íris é real!

Cerca de 3h30 depois, e complemente de rastos, chegámos a Vinicunca, a montanha arco-íris. Estávamos a pouco menos de 5200 metros de altitude! “Ainda bem que não desisti”, pensei! A beleza do cenário era tal que me esqueci do cansaço. Limitei-me a agasalhar-me – faz mesmo muito frio lá em cima – e a contemplar a paisagem.

Nunca tinha visto nada assim. As fotografias que se veem na internet não têm Photoshop, acreditem. É real! Vinicunca é um destino turístico relativamente recente, descoberto em 2013. As alterações climáticas levaram a que a neve, que sempre cobriu toda a montanha, derretesse e que as camadas coloridas se revelassem.

As cores são resultado da composição mineral e das características das rochas da montanha: vermelho, óxido de ferro; amarelo/laranja, minerais combinados com enxofre; verde, óxido de cobre e minerais de ferro e de magnésio; branco, grãos de quartzo e calcário.

Gostei da montanha e de todo o cenário envolvente, mas teria gostado muito mais se não tivesse tanta gente e tanta confusão. Tiram-lhe muito da sua beleza!

Valle Rojo: o êxtase  

Ainda estávamos em Vinicunca quando Pollo nos desafiou a ir conhecer o Valle Rojo, a cerca de 1 km de distância. Estávamos cansados e incomodados com a altitude e não ficámos muito convencidos.

Pollo explicou-nos que o local não era turístico, que era ainda mais bonito que a montanha das cores e que, uma vez que ali estávamos, não deveríamos perder.

O jovem guia é fascinado pela beleza e pela paz que se sente no Valle Rojo e queria mesmo que o conhecêssemos. Praticamente ninguém quis ir, preferiram descer! Só, os quatros portugueses, o mexicano e uma canadiana, que entretanto se juntou ao grupo, aceitaram. E ainda bem!

Andar 1 km naquelas condições não é fácil! Voltei a questionar tudo e mais alguma coisa, mas continuei… De repente, uma paisagem magnífica revelou-se. Uau!!! Percebi logo o que Pollo nos tentava dizer, quando insistiu que fossemos até ali!

Um vale de tonalidade vermelha, sarapintado com uma espécie de relva verde esmeralda! O local estava completamente deserto. Era enorme, não tinha fim. E ainda bem! Passámos horas ali. Senti-me totalmente em paz, completamente abraçada pelas montanhas e em contacto com a natureza na sua mais pura essência.

Voltei a ficar sem ar, mas desta vez por um bom motivo: o respeito e o fascínio que de imediato senti por aquele imponente cenário! A gratidão por poder ali estar!

De uma coisa tenho a certeza: Eu não poderia morrer sem ter ido ao Valle Rojo! O Peru é, sem dúvida, um país abençoado!

Voluntariado com “meninos especiais”: uma lição de vida

Recentemente vivi uma experiência inesquecível, porém muito difícil de traduzir em palavras… Aliás, talvez consiga resumir todos os meus sentimentos num único: gratidão! Passei parte dos meses de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019 em Cusco, no Peru, num projeto de voluntariado na Kusi Wasi (Casa Feliz, em Quíchua), um lar para meninos com necessidades especiais e em situação de abandono e maus tratos.

Se podia ter optado por crianças saudáveis? Podia. Se teria sido mais fácil? Nos primeiros dias, com certeza. No entanto, não teria vivido o que vivi, aprendido o que aprendi, sentido o que senti, nem recebido o carinho e o amor que recebi.

Tratam-se de crianças com problemas mentais e/ou físicos, que viveram situações de abandono, maus tratos físicos, abusos sexuais, entre outros. Meninos com histórias de vida tão difíceis, que passaram por situações impensáveis, tão feias… Meninos sofridos, carentes, doentes, com necessidades várias. E, por incrível que pareça, meninos tão ternos, tão meigos, tão… tudo. Crianças que, inconscientemente, exigiram tanto de mim, mas que deram tão mais de si!

Voltei com o coração apertado e já cheia de saudades dos meus “bebés”, com a sensação que o tempo passou ainda mais rápido que o normal e com uma vontade imensurável de regressar. Voltei uma pessoa melhor (espero) e com uma visão muito diferente da vida.

Como não consigo falar muito mais sobre a Kusi Wasi, uma das casas da Asociación de las Bienaventuranzas (ADLB), conversei com o seu diretor, Genaro Bustamante:

“Os voluntários ajudam muito na estabilidade emocional das nossas crianças”

Histórias – Conta-me um pouco da história da Kusi Wasi e da ADLB?
Genaro – 
Somos uma obra de amor que nasceu no coração de Deus, fundada pelo padre Omar Sánchez Portillo. A ADLB situa-se em Tablada de Lurín, Villa María del Triunfo, em Lima, e está, desde maio de 2016, em Cusco, como Kusi Wasi. Trata-se de um espaço que acolhe quem nada tem, quem mais precisa e quem se sente abandonado e sozinho.

Genaro com algumas das crianças da Kusi Wasi

Histórias – Quais os principais objetivos?
Genaro –
 Dar abrigo, cuidados e desenvolvimento integral a estas pessoas, bem como responder às suas necessidades materiais, educacionais, médicas, emocionais e espirituais, sejam crianças, adolescentes, jovens, adultos ou idosos. Todos eles portadores de doença mental, deficiência ou com necessidades especiais de educação e em situação de pobreza extrema, abandono, vítimas de discriminação, de violência e de exclusão social.

Histórias – Atualmente, a Kusi Wasi acolhe apenas crianças e jovens. Quantos vivem neste espaço e qual média de idades?
Genaro –
 Temos 23 crianças e jovens, 8 meninos e 15 meninas. A faixa etária está entre os 8 e os 27 anos.

Histórias – Quais as principais doenças/problemas?
Genaro –
 Temos diferentes tipos de patologias e em todas as suas escalas, deficiência mental, autismo, trissomia 21, esquisofrenia, convulsões, entre outros.

 Histórias – Quantas pessoas trabalharam na Kusi Wasi?
Genaro –
 Somos uma equipa de seis pessoas.

Histórias – Quais são as principais necessidades da Kusi Wasi?
Genaro –
 Alimentação, limpeza e higiene pessoal, materiais de trabalho para realizar as atividades de desenvolvimento motor e educacional e medicamentos – uma vez que a maioria toma fármacos psiquiátricos e/ou anticolulsivos.
Precisaríamos, também, de contratar um professor de espanhol para os que não podem ir à escola. No entanto, não temos verbas para pagar.
Outra grande necessidade, que para nós é muito importante e queremos que este ano se torne realidade, é conseguir fundos para poder construir uma nova casa Kusi Wasi, num terreno de 8 mil metros quadrados, que foi doado ao padre Omar, em 2018. A casa onde estamos atualmente é alugada, pequena e não nos permite ajudar mais pessoas.

Histórias – De que forma podemos ajudar?

Genaro – Com todos os tipos de doações, sejam materiais ou financeiras. Através do nosso site ou da nossa página de facebook. Assim como com um pouco do seu tempo, ajudando nas tarefas diárias e nas atividades da casa.

Histórias – Qual a importância do voluntariado para a Kusi Wasi?
Genaro –
 O tempo dedicado às crianças faz com que se sintam amadas. Os voluntários ajudam muito na estabilidade emocional de cada um deles. Brincando, abraçando, dançando, etc. Também dão muito apoio no que respeita às atividades de desenvolvimento da motricidade.

Histórias – Consideras que os voluntários chegam à Kusi Wasi preparados para encontrar e ajudar estas crianças?
Genaro –
 São muito poucos os voluntários que vêm preparados! Ao início, quase ninguém sabe como reagir, mas basta vir com o desejo de ajudar, de dar amor e de abrir o coração para o receber também.

Histórias – O que é que um voluntário deve saber antes de iniciar o seu projeto na Kusi Wasi?
Genaro –
 Ao início é difícil, mas com o tempo o voluntário aprende e passa a sentir-se parte de tudo!
De qualquer forma, seria bom que se informasse sobre as patologias mencionadas, que trouxesse ideias de atividades para trabalhar com as crianças e que se lembre que a maioria nunca andou numa escola, não tem formação e foi vítima de abuso físico, psicológico e sexual, exploração infantil, entre outros.

Histórias – És jovem, tens 29 anos. Há quanto tempo estás ligado à Kusi Wasi?
Genaro –
 Desde janeiro de 2018. Estive 9 anos no projeto em Lima. O padre Omar precisava de uma pessoa de confiança, que se encarregasse da missão da Kusi Wasi, e falou comigo. Não pude recusar e aqui estou como diretor, procurando o melhor para a Kusi Wasi, em benefício das crianças.

Histórias – O que significa para ti poder ajudar estas crianças e ter um papel tão importante nas suas vidas?
Genaro –
 Só posso agradecer a Deus. Isto é a minha vida. Há muito tempo que pus os meus planos pessoais de lado e decidi ficar na ADLB. É maravilhoso o poder dos meninos de Lima e de Cusco… Mudaram totalmente a minha vida e ensinaram-me a dar amor desmedidamente.

Histórias – Projetos futuros?
Genaro –
 A nova casa. Queremos ampliar o espaço, para hospedar mais crianças e jovens, mas também adultos e idosos, todos com necessidades especiais em situação de abandono.
É uma grande necessidade em Cusco. Temos recusado muitos casos por questões de espaço, o que nos afeta muito, porque sabemos que precisam de nós. Queremos ter quartos adequados às necessidades, áreas de trabalho para os jovens, escola, gabinetes médicos e de terapia e dormitórios para os voluntários.
Gostava que tivesses conhecido o espaço de Lima, para que pudesses ter uma ideia daquilo que queremos desenvolver em Cusco!**

Obrigada Genaro! Com certeza, voltarei para conhecer o espaço em Lima e espero encontrar a “nova Kusi Wasi” a funcionar em pleno!

Por último, mas não menos importante, devo dizer que fiz este projeto de voluntariado através da Iko Poran Volunteer Abroad, uma organização de voluntariado internacional sem fins lucrativos, com sede no Rio de Janeiro, Brasil, a quem devo também agradecer, na pessoa do seu diretor, Luis Felipe Murray, por todo o seu profissionalismo, atenção, acompanhamento e disponibilidade.

Tal como foi referido, a Kusi Wasi passa por diversas necessidades, tanto financeiras, como de material e de recursos humanos e toda a ajuda é bem-vinda. Apoiem a associação, fazendo um donativo através de https://asociacionbienaventuranzas.org.pe/ ou https://www.facebook.com/AsociaciondelasBienaventuranzas/.

É muito importante e os nossos príncipes agradecem!

Hasta luego, Cusco

“A saudade é a voz que grita ‘fica’ na hora da partida”

Partir não é fácil, sobretudo quando deixamos pessoas, projetos e formas de estar e de viver que tanto gostámos de experiênciar, mesmo que por pouco tempo.

Paisagens de sonho, cheiros, sons, sabores, texturas… Abraços apertados que ficam para sempre na memória. Sentimentos.

Hasta luego Cusco. Un dia voy a volver, te lo juro.

Agora é tempo de desfrutar de Lima e dos seus arredores…

Catchupa d’Terra: a cultura de Cabo Verde em Portugal

A 10.ª edição do Catchupa d’Terra realiza-se já no próximo dia 17 de novembro, no Barrio Latino, em Lisboa.

Catchupa d’Terra é um evento desenhado e pensado por pessoas completamente apaixonadas pela cultura cabo-verdiana, para quem partilha deste mesmo gosto ou quer conhecer melhor as coisas boas que são criadas nas 10 ilhas vulcânicas da região central do Oceano Atlântico, a uns quantos quilómetros da costa da África Ocidental.

O ambiente é familiar, doce e acolhedor. Durante o jantar – de cachupa, tal como o nome faz entender -, ouvem-se agradáveis músicas tradicionais deste arquipélago. As pessoas convivem, fazem amigos e ainda têm oportunidade de ouvir um contador de histórias, algo tão usual em Cabo Verde de outrora e que agora volta a estar na moda.

Os organizadores e toda a sua equipa são disponíveis e focados em dar atenção aos clientes, para que todos se sintam acolhidos e confortáveis. Depois de tudo isto, começa o baile… e com direito a animação!

Em suma, Catchupa d’Terra é definida pelos seus organizadores, Waty Barbosa e Miguel Magalhães, como um evento que visa promover a cultura cabo-verdiana, nas vertentes da gastronomia, música e dança. Waty Barbosa está responsável pela cachupa rica e pelas sobremesas tão típicas da terra onde nasceu. A animação durante o baile está também a seu cargo.

Miguel Magalhães é responsável por toda a logística do evento e, sendo também o seu DJ residente, por toda a música que é passada durante o jantar (sobretudo, Morna e Coladeira), a festa (com clássicos de Coladeira, Kizomba, nos seus diferentes estilos, como seja Cabo Love, Cabo Retro e Cabo Zouk, e Funaná tradicional) e as animações de grupo (Funaná, Kola San Jon e Afrohouse, um ritmo de Angola).

O próximo Catchupa d’Terra vai realizar-se já no dia 17 de novembro, no Barrio Latino, em Lisboa, somando a assim a sua 10.ª edição. O preço dos bilhetes, que podem ser adquiridos aqui, é de 20 euros.

Um projeto com história e em crescimento

Um é cabo-verdiano, o outro português, ambos têm 41 anos e foi o gosto em comum pela kizomba e pela cachupa que os tornou amigos e mais tarde sócios – com a criação do Catchupa d’Terra, que assim que possível, será ainda mais do que um jantar seguido de festa.

Ambos consideram que juntos fazem a parceria ideal para a realização deste evento. “Cada um tem o seu conjunto de saberes, que não coincidem e, por isso, não há motivos de discussão. Completamo-nos!”, afirma Miguel Magalhães.

Sempre pensaram no Catchupa d’Terra como um evento cultural, onde iriam dar a conhecer a gastronomia, a música e a dança de Cabo Verde, no formato de jantar, seguido de festa. Contudo, o gosto e a vontade de partilha de tudo aquilo que é criado em Cabo Verde são tão grandes que, com a construção do site, feito com o objetivo de gerir a venda de bilhetes para o evento, surgiu também a ideia de usar a marca Catchupa d’Terra para desenvolver um espaço na Internet com informação acerca desta cultura.

“Um dos projetos que tenho, e que pelo que sei ainda não existe, é a criação de um dicionário de Crioulo cabo-verdiano/Português, Português/Crioulo cabo-verdiano. Além disso, existe a vontade de dar a conhecer outro tipo de personalidades, como pintores, artistas plásticos, escritores…”, enumera Miguel Magalhães. E avança: “Esta parte ainda não está posta em prática, mas está em projeto para completarmos aquilo que é a marca Catchupa d’Terra.”

Tudo começou, em 2013, numa aula de kizomba. Miguel era aluno de outro professor, que, na altura, precisou de se ausentar por uns dias. Waty Barbosa foi substituir o colega.

“Gostei logo da abordagem do Prof. Waty Barbosa, criei empatia, fui procurá-lo na academia em que dava aulas e passei a ser seu aluno”, recorda Miguel.

Na época, Waty explorava um bar em Santos, onde, todas as sextas-feiras, fazia cachupa. Miguel passou a frequentar e a dar a conhecer o espaço e, especialmente, o prato a vários amigos. “A Catchupa d’Terra vem muito do talento do Waty também como cozinheiro. Se a cachupa dele é diferente de todas as outras, para melhor, porque não aproveitar isso para dar a conhecer a gastronomia de Cabo Verde?!.”

Nestes “convívios de cachupa”, às sextas-feiras, fizeram-se muitos amigos. Waty e Miguel criaram uma grande amizade, tornando-se, mais tarde, sócios. “Por vezes, o Miguel dizia-me que tínhamos de fazer uma festa de cachupa e foi daí que surgiu a ideia”, lembra Waty.

Um dia, o professor de kizomba pediu ajuda a Miguel para organizar um evento solidário para a sua parceira de dança, que estava a passar por um problema grave de saúde. “O nosso primeiro evento não tinha nome, chamamos-lhe apenas jantar solidário. Correu bem, as pessoas gostaram, ficámos com uma ideia do trabalho que dá e com alguma experiência e resolvemos criar o Catchupa d’Terra”, conta Waty.

Waty Barbosa em Portugal há 20 anos

Professor de danças tradicionais de Cabo Verde, Waty Barbosa nasceu na Ilha de São Vicente. A sua mãe é da Ilha de São Nicolau e o pai da Ilha do Fogo. Aos 21 anos de idade, Waty Barbosa veio a Portugal, gostou e cá ficou. Faz 20 anos!

“A maioria dos cabo-verdianos crescem com a ideia de sair de Cabo Verde, de emigrar para ter uma vida melhor e ajudar a família que fica. Eu fui, mais ou menos, apanhado nessa onda”, diz Waty Barbosa. Mas acrescenta que, na realidade, o que o trouxe a Portugal foi a dança.

“Eu tinha um grupo multicultural de teatro e dança, que foi convidado para fazer animação no pavilhão de Cabo Verde, na Expo 98, e ainda num outro evento, com a duração de um mês, com o Grupo Preto no Branco, de Montemor-o-Velho, que já tinha estado em Cabo Verde”, recorda. E afirma: “Estive nessas ‘duas frentes’ e como tinha tios a viver em Peniche, resolvi ficar. Três meses depois mudei-me para Lisboa.”

Afirma ter gostado de Portugal. Caso contrário não teria ficado até hoje. Contudo, sentiu a diferença cultural. “É uma mudança que se sente, mas com 21 anos não se pensa muito nessas coisas. Estava a viver outra realidade e a gostar da experiência, por isso não foi muito difícil”, conta, confessando que, obviamente, tinha saudades da mãe e da sua comida, da família e dos amigos. “É por isso que usamos tanto a palavra ‘sodad’! Tive de me adaptar, demorou, mas habituei-me a viver a realidade de Lisboa.”

Atualmente, está mais dedicado ao seu trabalho na área da construção, razão pela qual dá cada vez menos aulas de dança. Contudo, e porque é algo que não quer deixar totalmente, vai dando umas aulas pontuais e participando em festivais. “Não quero parar, gosto de dar o meu contributo, de ajudar a ensinar às pessoas aquilo que considero que se deve saber para dançar socialmente”, indica.

Miguel Magalhães: um apaixonado por Cabo Verde

Miguel Magalhães nasceu e sempre viveu em Portugal. Não sabe de onde vem este seu gosto pela cultura Africana, sobretudo pela de Cabo Verde, mas acredita que o facto de a sua mãe ter nascido em Moçambique e de muita da sua família ter vivido em África possa ter influência.

“Talvez ter crescido a ouvir muitas histórias da minha família que emigrou para vários países de África, de ouvir música africana e de ver fotografias tenham criado em mim a simpatia que tenho pelo continente”, observa.

Enquanto DJ e apreciador de música, Miguel Magalhães recorda que começou a ouvir as primeiras kizombas cabo-verdianas, por volta do ano de 1998. Porém, naquela altura, não sabia a sua proveniência. “Agora, que sou conhecedor dos estilos e subgéneros, apercebo-me que as kizombas que gostava eram as de Cabo Verde”, diz. E desenvolve: “Normalmente são músicas mais românticas e, além disso, sou um apaixonado pelo crioulo. Acho que é um dialeto muito doce.”

Além de DJ, Miguel Magalhães trabalha em eventos, na área dos audiovisuais. E tem vindo a formar-se na área do Marketing Digital e da produção e organização de eventos.

Catchupa d’Terra e Histórias de encantar… ou não vão sortear um bilhete para a 10.ª edição do evento. Fica atento ao passatempo no facebook e concorre!

Liebe em Hamburgo!

A propósito do Dia Mundial do Turismo, que se assinalou ontem, aqui fica uma fotografia de Hamburgo, apelidada pelos seus moradores de “a cidade mais bonita do Mundo”!

Muito conhecida pelo seu enorme porto, que, aliás, é um dos maiores da Europa, Hamburgo situa-se no norte da Alemanha, apenas a algumas horas de Berlim.

É uma cidade que encanta pelas suas muitas pontes e canais.

Hoi An, a “cidade das lanternas”

Em Hoi An, no Vietname, existe uma crença local que diz que se colocarmos uma vela nas águas do rio Thu Bon e pedirmos um desejo, este irá realizar-se.

Segundo a mesma lenda, as oferendas colocadas nas águas do Thu Bon flutuam até aos seus antepassados, que as recebem e, em troca, realizam os desejos de quem as lançou.

Eu estive lá, na maravilhosa “cidade das lanternas”, e durante um passeio de barco, à noite, pedi um desejo e pus uma velinha no rio. Tive a sorte de contar com a ajuda de um menino, com os seus 7 anos, que me acompanhou e ajudou durante todo o passeio. Afinal, os turistas não sabem bem como fazer as coisas!

Estávamos em maio, celebrava-se o nascimento de Buda, a cidade estava em festa e toda iluminada! Linda, cheia de cor e de muito simbolismo. A paz e a serenidade estiveram sempre connosco. E eu, de coração cheio!

Hoi An está localizada no centro do Vietname, na província de Quang Nam, perto da foz do rio Thu Bon. É um dos destinos mais bonitos e populares no Sudeste Asiático, em grande parte devido à sua preservada “Cidade Velha”, classificada como património mundial pela UNESCO.

Camila e Enrique: Paixão e dedicação ao Forró. “É orgânico”

Camila e Enrique (foto tirada do facebook de Enrique Matos)

São apaixonados por Forró. Ela é portuguesa, ele é brasileiro e, há cerca de 2 anos, juntaram-se como par de dança, com o objetivo de promover a difusão desta cultura não só em Portugal, mas pelos países da Europa… ou até mesmo por todo o mundo.

Fiz a oficina de Forró dos bailarinos/professores Camila Alves e Enrique Matos, no Festival Andanças, e não pude perder a oportunidade de os entrevistar e de falar sobre este ritmo – proveniente do Nordeste do Brasil – e dos projetos profissionais de ambos.

Quase às escuras, durante uma noite bastante quente, entre as temperaturas elevadas e o calor de um baile de Forró, com pessoas felizes, descontraídas e com vontade de dançar até o sol nascer, sentados em troncos de árvores, Camila e Enrique contam que esta parceria era “inevitável”. Encontravam-se variadíssimas vezes em bailes, workshops e festivais, ela estava a regressar de Londres, onde esteve a estudar, e ele ia passar dois meses ao Brasil.

Camila ficou a substituir Enrique nas aulas do Espaço Baião – um centro cultural e escola de dança, criado pelo próprio –  e, quando o bailarino regressou, começaram a trabalhar  juntos. “Olho para a Camila como uma irmãzinha mais nova. Brigamos muito, porque temos visões diferentes, mas é para seguir em frente, para evoluirmos”, afirma Enrique Matos, quando questionado acerca da sinergia que os une. A bailarina acrescenta: “Discutimos em termos de conceitos, de futuro, mas isso faz com que cresçamos. Cada um tem a sua linha de pensamento e, por vezes, chocamos.”

Forró: música, dança. Cultura

Muito mais que um estilo musical ou de dança, o Forró é considerado pelos “forrozeiros” como uma cultura. Tal como foi já referido este ritmo nasceu no Nordeste Brasileiro e rapidamente se difundiu pelo resto do país. Resulta do tradicional “dois para lá, dois para cá” e sofreu influências, nos anos 90, de ritmos como a Salsa, o Samba de Gafieira e o Samba Rock.

Para Camila Alves e Enrique Matos a disseminação desta cultura, na qual tanto têm trabalhado, está atualmente “mais forte que nunca”. “Estamos a seguir um caminho muito bom. Portugal está muito forte em relação à Europa e ao resto do mundo, provavelmente devido ao idioma, pois as pessoas percebem as letras das músicas”, diz Camila.

E desenvolve: “Contudo, achamos que não houve ainda um boom, o que não é mau, porque conseguimos ter um cuidado maior com aquilo que o Forró se vai tornar no futuro. Em muitas outras danças não é possível fazê-lo, por se terem tornado demasiado comerciais.”

Enrique afirma que as pessoas estão cada vez mais curiosas em relação ao Forró e a toda a cultura envolvente: “Não ensinamos apenas em sala de aula a dançar. Fazem-nos muitas perguntas e nós ensinamos até mesmo sentados no chão, a falar sobre Forró”.

O mundo de Camila

Natural de Lisboa, 25 anos, Camila Alves teve contacto com a dança desde criança. A sua mãe dava aulas no Andanças e esta bailarina começou a participar no festival desde os 11 anos e a dançar ritmos como Tango, Kizomba, Salsa e Hip Hop. Em 2010, decidiu aprender outro estilo, teve contacto com o Forró e “acabou por ser natural”, apaixonou-se. “Conheci o Forró aqui no Andanças e, por isso, poder, hoje, dar aulas aqui é super gratificante.”

Foto tirada do Facebook de Camila

Em 2013, foi viver para Londres, onde se licenciou em Business Management with Marketing. No entanto, não deixou de percorrer o seu caminho no mundo do Forró e avançar com a sua carreira. “Quando regressei a Lisboa consegui criar um caminho mais duradouro.”

Especializada em Styling feminino, a bailarina dá aulas regularmente por toda e Europa em festivais e workshops. Além disso, Camila luta também pela igualdade de género na dança, promovendo debates e palestras para a consciencialização deste tema.

“O que pretendo é mostrar que as mulheres podem mudar muita coisa. Não têm de ficar na sombra dos homens ao dar aulas”, salienta e acrescenta que, no geral, “o Forró já está mais democrático”

“Ainda há barreiras por quebrar, mas estamos no bom caminho. Deve haver a liberdade de troca de papéis e, se assim o entenderem, as mulheres devem poder conduzir e os homens, seguir.”

Enrique é da mesma opinião e está nesta luta com Camila. “Promovemos estes debates porque achamos importante que se fale de muitos assuntos, como a forma de lidar e de estar no Forró e esta questão do género na dança e do empoderamento da mulher a que, atualmente, assistimos e que é mais do que necessário”, afirma.

E acrescenta: “O grande problema é que as pessoas que realmente precisam de estar e ouvir o que é dito nestes debates não estão presentes para conversar.”

Enrique veio para Portugal e trouxe consigo o Forró

“Sempre pensei em Forró, é orgânico”, esta frase foi dita por Enrique, enquanto falava desta sua grande paixão. O bailarino e músico nasceu na cidade de Conceição do Mato Dentro, no interior de Minas Gerais, e começou, desde muito cedo, a envolver-se com músicos e produtores, passando a ser frequentador de casas de Forró e de aulas deste ritmo. Mais tarde, começou por se destacar por ser pioneiro na organização de bailes e festas de Forró em vinil, na Europa.

Foto tirada do Facebook de Enrique Matos

Atualmente, com 33 anos, Enrique vive em Lisboa. Quando veio para Portugal não deixou de trazer esta cultura consigo. “Não tinha como vir sozinho. Fiz questão de trazer todas as minhas ‘coisinhas’ que me lembravam o Forró e a paixão – CD’s e equipamentos”, recorda com um sorriso no rosto. E continua: “Quando cheguei fui-me logo enturmando, comecei a passar som e, passado um ano, abri a minha primeira aula e o meu primeiro baile.”

E assim foi apostando e dando continuidade ao seu trabalho que, hoje em dia, é tão apreciado e considerado uma referência. Criou o Projeto Forró de Lampião, com o qual levou o Forró a muitos palcos da cidade de Lisboa: Fábrica do Braço de Prata, Voz do Operário, Santiago Alquimista, Teatro do Bairro, B.Leza, Mercado da Ribeiro, Teatro da Comuna, Teatro a Barraca, entre outros.

E, finalmente, em 2015, encontrou instalações, no Ateneu, onde pode concentrar todas estas atividades e criou o Espaço Baião, um centro cultural e escola de dança,  cuja missão é tornar-se uma referência nacional e internacional no que toca a formar novos bailarinos e elevar o nome e a cultura do Forró no mundo.

“Era um espaço onde respirávamos cultura, um local de partilha, totalmente decorado e muito voltado para o Forró”, lembra Enrique. E continua: “Atualmente, estamos sediados nos Anjos 70, antiga Taberna das Almas, em Lisboa, que é também muito atrativo. Um centro de jovens, com um grande giro de público, onde acontece muita coisa alternativa. Muita arte.” No Espaço Baião são dadas aulas regulares de Forró e Samba de Gafieira, com vários níveis, e organizados bailes semanais, atividades mensais e feitas parcerias e eventos anuais.

Segundo Camila, neste Espaço são dadas aulas de segunda a quinta-feira, e qualquer pessoa que esteja interessada em aprender e dançar pode e deve inscrever-se. “O Forró é muito inclusivo, aceitamos pessoas de todas as idades.”

Mas Enrique não ficou por aqui e, para além de bailarino, professor e Dj, este artista é também músico, e, em 2013, fez nascer o grupo Luso Baião, que, hoje em dia, é uma referência na Europa.

Foto tirada do Facebook de Luso Baião

“O Luso nasceu da necessidade de ter um projeto musical a nível profissional que representasse o Forró. Em poucos anos conseguimos que se tornasse bem reconhecido e respeitado. As pessoas conhecem a nossa música, gostam e partilham. É muito gratificante”, diz Enrique com contentamento.

O grupo Luso Baião é constituído por Cícero Mateus, voz e violão; Betinho Mateus, voz, triângulo e percussão; Enrique Matos, Zabumba; Everton Coroné, Acordeon; Pedro Guimarães, Guitarra; Jackson Azarias, Baixo; e Daniel Guedes, Percussão.

No Facebook e site do Espaço Baião está toda a informação necessária sobre os eventos que organizam, como sejam os internacionais Baião in Lisboa Festival, que este ano se realiza de 7 a 9 de dezembro, e o Maria Bonita Ladies Festival, entre outros eventos.

Quinta da Regaleira: saída de um “verdadeiro” conto de fadas

“Ficou ali sentada, os olhos fechados, e quase acreditou estar no País das Maravilhas, embora soubesse que bastaria abri-los e tudo se transformaria em insípida realidade…” é mais ou menos assim que me sinto quando vou à Quinta da Regaleira, em Sintra, – “uma” Alice! Louca, curiosa, sonhadora, feliz.

Misteriosa, enigmática, fantástica… a Quinta da Regaleira faz-me sentir como que caída exatamente num conto de fadas. Aliás, este seria o cenário ideal para uma história destas. Ideal e real! E ali, eu sou a Sílvia no País das Maravilhas!

Enquanto observo, cheiro, sinto e desfruto deste lugar “de fantasia” vou-me recordando das falas dos personagens e das passagens do filme! Mais ou menos, como se ao invés de ter atravessado os portões da quinta, tivesse caído, sabe-se lá de onde, no seu Poço Iniciático, que deve esconder tantos ou mais segredos que estas personagens! Até porque, segundo reza a história, o Poço Iniciático é precisamente a representação da passagem pelo inferno, o purgatório e o paraíso…

“Onde fica a saída?”, perguntou Alice ao gato que ria. “Depende”, respondeu o gato. “De quê?”, replicou Alice. “De para onde você quer ir…” A história continua, e tal como a Alice, também eu, muitas vezes, não sei para onde vou ou para onde tenho ou quero ir!

Ainda assim não me importo de me perder na gruta do labirinto! De percorrer os seus caminhos, ouvir as gotas de água que vão caindo aqui e ali, sentir o cheiro a terra molhada, pôr o pé nas poças, admirar os lagos que a rodeiam e, por fim, “ver a luz ao fundo do túnel”! E lá vem novamente a lembrança da Alice: “Entenda os seus medos, mas jamais deixe que eles sufoquem os seus sonhos.”

Também os jardins são maravilhosos e conquistam precisamente pela sua grandeza e beleza, num misto de muito sol e sombra, entre o tão típico e já conhecido micro clima de Sintra. O palácio propriamente dito, o patamar dos deuses – composto por nove estátuas de deuses greco-romanos – , e as muitas fontes, bancos, terraços, torres e portais estão todos eles carregados de muita história e simbolismo, que vale a pena pesquisar, saber e sobretudo ir ver e conhecer a fundo.

A Quinta da Regaleira é, sem dúvida, um espaço verdadeiramente mítico, mágico e de uma beleza fenomenal, onde podemos passar o dia a passear, meditar, refletir… estando abertos às mais profundas e diferentes sensações!

Ah, é verdade, “outra coisa que descobri: rir durante o dia faz com que você durma melhor à noite”, Chapeleiro Maluco!

Saiba tudo sobre a Quinta da Regaleira

Andanças: muito mais que um festival de dança

Tal como a escrita, para mim a dança é das melhores formas de expressão. Dançar é deixar fluir o movimento do corpo e a sua energia sem ter de pensar em nada, mas, ainda assim, transmitindo tudo o que me vai na alma. Dançar é ser feliz. É fazer poesia com o corpo!

Um dos pontos altos do meu mês de agosto é o Festival Andanças, que, este ano, se realiza de 1 a 5, em Castelo de Vide, com o tema “Roda Viva”. Não perco!

Para quem não sabe, o Andanças define-se como um festival em movimento e em constante evolução. Onde se dança, se ouve e toca música, se aprende. Onde se partilham tradições e saberes numa atmosfera de comunidade.

Completamente distinto de qualquer outro festival, o Andanças é, acima de tudo, “conexão”, não apenas entre os corpos que se “misturam” no “silencio da música que toca”, mas sobretudo com a terra, com a natureza. O Andanças é arte, alegria, partilha. É variedade, é aprendizagem, é amizade. É amor pela arte nas suas mais diversas vertentes, pela diversidade, pelo planeta. O Andanças é feito de momentos mágicos que a minha memória não esquece e guarda para toda a vida!

O festival recebe músicos e bailarinos do mundo inteiro. De dia, há oficinas de dança, massagens, artesanato, entre outros. À noite, bailes e concertos onde se experimentam passos, ritmos e melodias, a par ou em roda.

Curiosamente, além de reunir pessoas e culturas de todos os cantos do mundo, o que é maravilhoso, no Andanças vêem-se também pessoas de todas as idades, desde bebés aos mais idosos.

Se não conhecem, deviam ir. Eu aproveito, todos os anos, para repôr energia e colocar as ideias no sítio, mesmo sem pensar em nada. Entrar em outra dimensão, sentir-me livre e esquecer o mundo.

“Em Roda Viva o movimento é continuo. Damos as mãos e fechamos a roda, unimo-nos, giramos sobre o nosso corpo e sobre o nosso par, dançamos sem parar. Construímos e evoluímos, aprendemos. Mudamos de lugar e continuamos o trajeto, viajamos, partimos, chegamos. E começa uma nova dança.”

Informações no site e no facebook oficiais do Andanças

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