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10 cuidados a ter este verão para prevenir infeções nos pés

Os pés estão muitas vezes sujeitos a condições de calor e humidade, nomeadamente pelo uso de calçado fechado, que favorecem o desenvolvimento de fungos responsáveis por infeções. Tal como outra parte do corpo, os pés devem ser cuidados durante todo o ano, contudo, no verão e em tempo de praia e piscina são vários os fatores propícios ao surgimento de micoses e, por isso, é crucial que os cuidados com os pés não sejam esquecidos.

Francisco Oliveira Freitas, podologista

As micoses são infeções altamente contagiosas provocadas por fungos, que se desenvolvem e se reproduzem em ambientes quentes, húmidos e escuros. Para obter energia, estes microrganismos “alimentam-se” de queratina, uma substância presente na superfície da pele, unhas e cabelo. Em circunstâncias normais, os fungos não causam doença, no entanto, se reunidas as condições necessárias à sua proliferação, a infeção pode instalar-se.

As infeções fúngicas estão entre as principais patologias ao nível do pé e a sua incidência aumenta significativamente no verão. Com o aumento das temperaturas, a concentração de transpiração no calçado e a exposição dos pés, em especial na praia e nas piscinas públicas, estão entre os principais fatores de risco.

Ao nível do pé, podemos falar de dermatomicoses e onicomicoses (micoses nas unhas). O pé de atleta é uma das micoses mais comuns no pé e, uma vez que o seu contágio é mais frequente nas piscinas e balneários públicos, pode ser considerado a “doença do verão”. Este problema surge mais frequentemente nos espaços entre os dedos e os seus sintomas incluem vermelhidão, prurido (comichão), inflamação, mau odor e alterações da pele, podendo provocar bolhas, fissuras e descamação da pele. O contágio é favorecido pela água e areia, bem como pela pele seca e fissurada dos pés, um problema também comum nesta altura do ano.

Já a onicomicose, responsável por mais de metade das doenças que afetam as unhas, pode provocar a alteração da coloração, deformação, engrossamento da unha e dor. Em certas situações, poderá verificar-se o descolamento da unha do leito ungueal. A dor poderá ser agravada pela pressão exercida pelo calçado.

O tratamento dependerá do tipo de fungo e da gravidade da micose, tal como do estado de saúde da pessoa, sendo muitas vezes necessária a prescrição de medicamentos de uso tópico e comprimidos de ingestão via oral. No que diz respeito à onicomicose, o objetivo da terapêutica é o crescimento de uma unha saudável, que demora pelo menos 12 meses a crescer desde a raiz até à ponta. Vigiar diariamente os pés permite a deteção dos sinais de infeção e facilita a obtenção de um diagnóstico precoce. Na presença de um ou mais sintomas de micose no pé, o próximo passo é recorrer a um podologista para tratar imediatamente a infeção e evitar que toda a família seja contagiada, uma vez que as micoses podem servir como “portas de entrada” a agentes patológicos causadores de infeções graves.  

Que cuidados devo ter para prevenir o contágio e o desenvolvimento de micoses no pé?

Transpirar dos pés é uma resposta biológica e fundamental para controlar a sua temperatura e manter a flexibilidade da pele, contudo, ao contrário de outras áreas do corpo através das quais pode evaporar facilmente, o uso de sapatos e meias pode levar à retenção de suor. Como o excesso de transpiração é naturalmente mais comum nas alturas de calor, é importante prevenir a concentração de humidade no calçado, que propicia o desenvolvimento de micoses.

Para evitar a exposição aos fungos pelo contacto com superfícies contaminadas, é crucial usar sempre chinelos em locais húmidos. Embora não se possa garantir que evite a 100 por cento a probabilidade de sermos contagiados, usando-os estamos bem mais protegidos contra este tipo de infeções. Doentes com diabetes e com o sistema imunitário debilitado devem ter cuidados redobrados.

De modo a prevenir infeções causadas por fungos, existem algumas recomendações a seguir no sentido de evitar o contacto direto com o fungo e, por outro lado, o desenvolvimento de condições favoráveis à sua proliferação, nomeadamente durante a estação mais quente do ano:

  • Usar sempre chinelos nas zonas de banho, como piscinas e balneários públicos;
  • Escolher calçado arejado e que permita a ventilação do pé;
  • Colocar os sapatos a arejar num local ventilado e iluminado e aguardar, pelo menos 24 horas, antes de calçar os mesmos sapatos novamente;
  • Preferir calçado em pele e meias de fibras naturais (preferencialmente de algodão);
  • Manter uma higiene cuidada do pé, lavando os pés com sabão de pH neutro;
  • Secar bem os pés com a toalha, especialmente os espaços entre os dedos;
  • Fazer uma hidratação diária dos pés;
  • Trocar de meias diariamente;
  • Em caso de excesso de transpiração, usar antitranspirante específico para os pés;
  • Não partilhar objetos pessoais, como toalhas, meias ou calçado.
ARTIGO ESCRITO POR FRANCISCO OLIVEIRA FREITAS, PODOLOGISTA RESPONSÁVEL PELO CENTRO DE PODOLOGIA DE FAMALICÃO.

Enfarte do miocárdio vitimiza quase duas mil mulheres por ano

Assinala-se hoje o Dia Internacional da Mulher

Artigo de Opinião de Elisabete Jorge, Cardiologista de Intervenção e membro da Comissão Científica da Campanha Cada Segundo Conta

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal. Em 2017, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, morreram 1917 mulheres com enfarte agudo do miocárdio.  A obstrução das artérias do coração por placas de gordura (a doença coronária) pode manifestar-se de várias formas, desde dor no peito em esforço, até ao perigoso enfarte agudo do miocárdio e à dramática morte súbita. Os fatores de risco são bem conhecidos e potenciam-se entre si, fazendo com que pequenas elevações em vários parâmetros condicionem em conjunto um maior risco.

O controlo eficaz dos seguintes fatores de risco e a implementação de um estilo de vida saudável podem reduzir em 80% a incidência de enfarte agudo do miocárdio, nas mulheres:

  1. O tabagismo é o fator mais importante para o desenvolvimento de doença coronária e causa 50% das mortes evitáveis. Nos fumadores o risco é 60-70% superior aos dos não fumadores. O tabaco deve ser evitado em absoluto, pois não há nenhum nível de exposição que seja considerado seguro. Deixar de fumar é a medida mais eficaz para reduzir o risco de doença coronária.
  2. Na diabetes existe excesso de açúcar no sangue. Isto acontece quando o pâncreas não produz insulina suficiente e/ou quando esta não atua eficazmente, esta última forma associada ao excesso de peso e ao sedentarismo. Esta doença necessita de ser bem controlada de forma a evitar complicações, nomeadamente cardíacas, pois estas são a principal causa de morte nos diabéticos.
  3. Portugal tem uma realidade dramática em relação à hipertensão arterial (HTA). Em geral, a pressão arterial deverá ser <140/90 mmHg. É fundamental um cumprimento rigoroso da medicação e uma redução do sal na alimentação.
  4. A dislipidémia corresponde a um aumento do colesterol, dos triglicerídeos ou de ambos. A redução das gorduras na alimentação e o cumprimento rigoroso da medicação (“estatinas”) são fundamentais para o seu controlo.
  5. A obesidade ocorre quando o número de calorias ingerido é superior ao que é gasto, sendo armazenadas em gordura. Esta associa-se à diabetes, dislipidémia e HTA que, no seu conjunto, aumentam o risco de enfarte agudo do miocárdio. Uma dieta pobre em gorduras saturadas e baseada no consumo de vegetais, fruta e peixe – a dieta mediterrânica – é fundamental na prevenção cardiovascular.
  6. O risco de desenvolver doença cardiovascular aumenta 50% nas pessoas que não praticam atividade física. Recomenda–se a prática de 30 minutos/5x por semana de exercício aeróbico de intensidade moderada ou 15 minutos/5x por semana de exercício de elevada intensidade. O exercício diminui a pressão arterial, os níveis de colesterol, melhora os níveis de açúcar, reduz o peso e melhora o bem-estar psicológico.

Para aumentar a consciencialização para o enfarte agudo do miocárdio, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover a campanha Cada Segundo Conta, uma iniciativa que tem como objetivos promover o conhecimento e compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular. Para mais informações consulte: www.apic.pt

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