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Etiqueta: projetos

Hasta luego, Cusco

“A saudade é a voz que grita ‘fica’ na hora da partida”

Partir não é fácil, sobretudo quando deixamos pessoas, projetos e formas de estar e de viver que tanto gostámos de experiênciar, mesmo que por pouco tempo.

Paisagens de sonho, cheiros, sons, sabores, texturas… Abraços apertados que ficam para sempre na memória. Sentimentos.

Hasta luego Cusco. Un dia voy a volver, te lo juro.

Agora é tempo de desfrutar de Lima e dos seus arredores…

Regresso…

Os raios de luz que entram por entre o estore do quarto, o escuro e o silêncio que me transmitem paz e me permitem refletir e o som do despertador que insiste em lembrar que está na hora de acordar e que tudo nasce de um novo amanhecer.

Nem pensar em me levantar já! Volto-me para o outro lado e abraço a almofada com toda a força do mundo. A história repete-se a cada manhã… Levanto-me e na azáfama da luta contra o relógio, abro os estores, ligo o rádio bem alto e entre espreguiçadelas, bocejos, cantorias e passos de dança digo bom dia ao mundo.

Bolas, está quase na hora de sair de casa e ainda estou nestes preparos! Arranjo tudo o que há para arranjar, tomo o pequeno-almoço e saio na correria. Mas onde é que deixei o carro ontem?! Ah já sei!

Digo bom dia à Dna Madalena, uma doce velhinha de 90 anos, que àquela hora já está à janela do seu R/C a ver quem passa, e sigo. Pelo caminho encontro o rapaz mais porreiro do bairro e com quem tanto gosto de conversar. Logo agora que não tenho tempo! Aceno, sorrio e continuo. “Então miúda?! Estou a ver que estás de volta ao trabalho!”, ouço.

Verdade, após dias e dias de ausência, está na altura de voltar, ainda assim com tantos sonhos e outros projetos pessoais e profissionais por concretizar! Entro no carro e enquanto conduzo lembro-me que o sonho comanda a vida, que querer é poder e que acreditar e pensar positivo é meio caminho andado para conseguirmos tudo o que queremos. Não tivesse eu lido tantos livros de autoajuda!

Ponho a música bem alta e entre cantorias, buzinadelas e pensamentos menos bonitos sobre os condutores da frente, do lado e arredores vou arrumando as ideias e fazendo a lista de prioridades para o dia. Assusto-me com o som estridente e ensurdecedor da campainha do elétrico, aquele que tanto caracteriza os bairros típicos de Lisboa e que os turistas tanto gostam. Já devia estar mais que habituada!…

Finalmente chego ao trabalho e a horas! Ligo o computador, bebo um café… O elevado número de emails, recados e os cumprimentos mais efusivos de alguns colegas, que me perguntam se estou bem e o que tenho andado a fazer, fazem-me perceber que tudo voltou a ser como antes:

“Bom dia Sílvia, bem-vinda à realidade!”

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